Cerca de 4 mil profissionais vão reforçar a segurança dos manifestantes que acompanharão a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff a partir da meia-noite de hoje (14), na capital federal. Intitulado de Operação Esplanada, o esquema de segurança terá 3 mil agentes da Polícia Militar do Distrito Federal, 300 policiais legislativos do Congresso Nacional e 700 policiais civis, além de contingentes do Corpo de Bombeiros e Departamento de Transito do DF.
“A população do Distrito Federal pode ficar certa pois está diante de uma tropa preparada. Nessa preparação, o policiamento – seja de qual ordem for – guarda uma presença de ostensividade. A própria presença das polícias representa o poder de contenção e controle social”, disse a secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Márcia de Alencar, com deputados distritais na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Segundo a secretária, um efetivo da Força Nacional também poderá reforçar a operação, caso seja necessário.
De acordo com Márcia, o primeiro filtro de segurança é feito na entrada do Distrito Federal, com a verificação dos ônibus que chegam à cidade com manifestantes. “Há um conjunto de pessoas em deslocamento por vias federais neste momento. Portanto, nós temos o DER [Departamento de Estradas e Rodagens] e a Polícia Rodoviária Federal dentro dos nossos protocolos. Nesse sentido, a vistoria dos acessos das pessoas que estão ingressando no território do Distrito Federal já estão sendo feitas”, disse.
O trânsito na Esplanada dos Ministérios também será bloqueado a partir da meia-noite de hoje e só deve ser liberado após a dispersão de manifestantes que vieram a Brasília acompanhar a discussão e votação da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A votação na Câmara dos Deputados deve ocorrer na noite de domingo (17).
O trecho entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, só poderá ser acessado a pé, podendo haver liberação de algumas faixas para carros, após avaliação da Polícia Militar.
Dispersão
De acordo com a secretaria de Segurança Pública, a dispersão dos manifestantes será controlada para evitar o confronto entre os lados que apoiam e defendem o impeachment. O primeiro grupo que deve deixar a Esplanada dos Ministérios é o que obtiver resultado negativo na votação de domingo. Haverá um controle no deslocamento dos manifestantes até a rodoviária e à estação central de metrô, localizados próximos à área de manifestação.
“O grupo com interesse frustrado será dispersado primeiro, para evitar confrontos”, disse Márcia. A estimativa da SSP/DF é que 300 mil pessoas participem do ato no domingo, somando os dois grupos. “Alocamos 2 mil policiais para atuarem nas regiões administrativas, para que a volta para casa seja tranquila. Queremos que a população de Brasília saiba que haverá segurança para todos nesse importante momento político que estamos atravessando”.
A área que compreende a Praça dos Três Poderes, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça é considerada área de segurança nacional e estará liberada somente para o trânsito das forças de segurança. Os servidores que trabalham dentro da área restrita devem acessar o local pelos túneis ou pelos anexos do Congresso.
A Câmara dos Deputados também terá um esquema espacial de segurança e o acesso será limitado e restrito a pessoas com credenciamento especial para acompanhar o processo de votação do pedido de impeachment.
O processo de discussão sobre a admissibilidade do impeachment começará às 8h55 de amanhã (15), com a abertura de inscrição para os deputados discursarem. Os advogados que apresentaram o pedido de impeachment e a defesa da presidenta terão, cada um, 25 minutos para falar. Depois disso, os parlamentares devem fazer seus discursos ao longo do dia e no sábado (16). A votação deve ocorrer somente na noite de domingo (17), com chamada nominal dos deputados.