O Laboratório Interdisciplinar para o Desenvolvimento de Nanoestruturas (Linden) da UFSC, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação em Santa Catarina (Fapesc) promoveram um workshop para apresentar as funcionalidades da nanotecnologia a empresários e fomentar a articulação entre indústrias e pesquisadores. O encontro, Soluções inovadoras em nanotecnologia para a indústria catarinense, foi realizado no Centro de Eventos da FIESC, durante a quinta-feira, 5 de maio.
A reitora da Universidade Federal de Santa Catarina, Roselane Neckel, agradeceu os quatro anos de colaboração com a FIESC e lembrou a participação da Universidade no desenvolvimento de parcerias e projetos com empresas e organizações sociais. Ela também destacou o acerto das estratégicas políticas e administrativas adotadas, “atestado pelos mais diversos indicadores para o período entre 2012 e 2016”.
No ranking do MEC, a UFSC subiu da sétima para a quinta posição; no ranking da Folha, a UFSC subiu da 10ª posição para 7ª no Brasil, e no ranking da Times Higher Education 2015 aparece como a segunda melhor universidade do país na transferência de tecnologia. “O indicador mais relevante para atestar o acerto das medidas adotadas está no volume dos recursos captados pela UFSC entre 2012 e 2015: R$ 879 milhões. E o que é mais relevante, deste total a captação junto a empresas para projetos de inovação atingiu R$ 307 milhões”.
Na palestra de abertura, Nanomateriais e desenvolvimento de novos produtos, Tito Trindade, professor e pesquisador da Universidade de Aveiro (Portugal), afirmou que nenhum setor industrial deixará de obter benefícios da nanotecnologia e que é “preciso encontrar interfaces entre o que é realizado na academia e as empresas, transpor os muros da universidade para a indústria”. Ele apresentou conceitos e possibilidades de aplicação de nanotecnologia, campo interdisciplinar, “cruzamentos de diferentes domínios da investigação”.
Coordenador do Linden, Dachamir Hotza afirma que “a nanotecnologia representa um mercado em crescimento, de bilhões de dólares”. Ele destaca que o segmento vem crescendo Santa Catarina. As empresas são de pequeno porte, em sua maior parte startups (empresas iniciantes) e spin offs da UFSC (criadas por pessoas estudantes ou pesquisadores da instituição). Contudo, ressalta, “elas fornecem a tecnologia e contribuem para que grandes indústrias agreguem valor a seus produtos”. Na opinião do pesquisador, o desafio é “unir diferentes materiais gerando novas propriedades e aplicações dos produtos”.
Saiba mais
Nanomateriais têm dimensão correspondente a um milésimo da espessura do fio de cabelo e podem ser aplicados a diferentes materiais, como tecidos, produtos cerâmicos ou argilas, por conta de suas propriedades, que diferem das observadas em objetos de maior escala.
Quatro cases foram apresentados no workshop, na parte da tarde, cada um destacando um tipo de nanomaterial: nanopartículas antimicrobianas (sobre elementos à base de prata ou zinco incorporados a tecidos e tintas); nanoargilas (aplicação de partículas de argila a outros materiais, como plásticos, agindo, por exemplo, no retardamento da propagação de chamas); nanoencapsulados (nano e microcápsulas adicionadas a produtos que liberam princípio ativo sob determinadas condições, como pressão ou temperatura) e nanoestruturados (aplicação de nanopartículas sobre superfícies metálicas ou cerâmicas, por exemplo, com funções de melhorar aspectos como atrito e desgaste).
Linden
O Linden faz parte da rede Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (Sisnano), patrocinada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e tem como objetivo gerar e transformar conhecimentos científicos e tecnológicos em produtos, processos e protótipos inovadores com viabilidade comercial.
Além disso, o Linden agrega os laboratórios associados à inovação na área de nanotecnologia na UFSC e está relacionado com mais de 20 grupos de pesquisa especializados, dos quais 12 são associados ao Linden. Esses grupos trabalham em estreita colaboração com empresas dos mais diversos setores da economia como têxteis, cosméticos, fármacos, agronegócio, eletro-metal-mecânico, cerâmico, saúde e tintas.
Com informações de Ivonei Fazzioni/Assessoria de Imprensa da FIESC