O jornal Notícias do Dia entrevistou os prefeitos reeleitos de Biguaçu, Ramon Wollinger; de São José, Adeliana Dal Pont; e de Palhoça, Camilo Martins – os três do PSD -, sobre gestão integrada em quatro áreas da administração pública: mobilidade urbana, coleta e destinação do lixo, saúde e segurança pública.
A análise da reportagem da jornalista Beatriz Carrasco é de que os municípios da Grande Florianópolis precisam trabalhar em conjunto nessas quatro áreas, já que são conurbados e devem buscar soluções coletivas para seus problemas em comum.
Veja o que respondeu cada um dos prefeitos reeleitos.
MOBILIDADE URBANA
A questão da mobilidade foi o assunto destacado pelos três prefeitos, que afirmaram defender a abertura de um processo licitatório único para transporte coletivo, que atenda toda a região de forma integrada. Segundo Camilo Martins, o assunto já foi abordado com Adeliana, Ramon e o governador Raimundo Colombo. “Tenho certeza que ele (governador) vai nos chamar novamente e liderar esse processo”, disse o prefeito de Palhoça.
Adeliana dal Pont – “Temos o grande problema do transporte coletivo, que já começamos a tratar de forma integrada, fizemos algumas reuniões. É importante que isso avance, porque as cidades estão muito interligadas.”
Camilo Martins – “Eu tenho uma sugestão, que já levantei há um tempo, é a questão que Palhoça e São José chegaram a um momento de fazer o processo licitatório do transporte público. E a minha sugestão, que sempre levanto essa bandeira, é que, tanto Palhoça como São José, aliados a Santo Amaro da Imperatriz, Biguaçu e São Pedro de Alcântara, devam fazer uma única licitação, sob a liderança da superintendência do governo do Estado, da Região Metropolitana. Para que tenhamos uma única licitação e uma verdadeira integração, com tarifa única e menor.”
Ramon Wollinger – “O transporte coletivo é uma questão fundamental que precisa ser resolvida na Grande Florianópolis. Vamos partir do zero com o processo licitatório integrado na região, mas também tenho muita reclamação do transporte nos bairros, e gostaria muito que esse transporte fosse integrado intermunicípios, mas que também depois se tornasse intramunicipal, para atender melhor os bairros de Biguaçu. Além disso, com tarifa social, pois levanto a bandeira da tarifa a R$ 2, para que as pessoas circulem dentro do município. Quero que as pessoas saiam de Biguaçu não por necessidade, mas por opção.”
LIXO
Adeliana dal Pont – “Os resíduos sólidos é um problema bastante sério na região, que por conta da proximidade também é preciso que se trabalhe de forma melhorada para quem sabe tentar baixar custos. A dificuldade é formalizar essa integração, porque em cada município é uma entidade”.
Camilo Martins – “Para resolver o problema do lixo, temos que fazer consórcios dos municípios, pois com os consórcios temos mais demanda e, com certeza, os preços vão reduzir e haver uma integração. Temos que pensar rapidamente no lixo reciclável dos municípios em conjunto e termos a estação para tratar esse lixo de forma adequada.”
Ramon Wollinger – “Hoje, Biguaçu é um município que tem um aterro sanitário que atende 22 municípios da Grande Florianópolis. Nós vamos apertar mais o cerco, pois Florianópolis não paga a taxa ambiental que nós criamos e eu vou cobrar do próximo prefeito. Se ele não quiser pagar a taxa, não vai mais colocar o lixo em Biguaçu, pois todos os outros municípios pagam.”
SAÚDE
Adeliana dal Pont – “Existe na região um Conselho de Secretários Municipais de Saúde, em que eles já se reúnem muito frequentemente para essas questões mútuas. Também há o encaminhamento de pacientes para outro município, dependendo de quem tem disponibilidade do serviço.”
Camilo Martins – “Nós inauguramos uma UPA, que está em pleno funcionamento, e estamos construindo outra no Sul do município, que provavelmente vamos abrir como policlínica, no final do ano que vem. Atendimento de urgência e emergência resolvemos tudo na UPA de Palhoça.”
Ramon Wollinger – “Temos a UPA 24 horas e construímos o hospital, que está à disposição do governo do Estado para que ele integre mais a Grande Florianópolis. O hospital já atende 22 municípios da região, mas se quiser investir mais, ele tem capacidade para isso, ele foi feito para isso. O hospital veio para desafogar toda a região.”
SEGURANÇA
Com a Polícia Militar sob responsabilidade do Estado, os prefeitos disseram que não há um projeto específico de integração entre as prefeituras até o momento. Ramon Wollinger, no entanto, afirmou que os três pretendem solicitar junto ao governador Raimundo Colombo o reforço de efetivo e infraestrutura.
Adeliana dal Pont – “Na segurança, estamos implantando no município de São José. Não foi um assunto levantado entre a região, porque também a Polícia Militar e o comando acaba sendo do Estado. Mas quem sabe também temos que conversar com os vizinhos sobre esse assunto”.
Camilo Martins – “O município de Palhoça lançou o Agente de Trânsito, que já está em funcionamento, é mais barato e cuida somente do trânsito. Com isso, estamos liberando os policiais militares, para que façam a verdadeira segurança. Temos o projeto da Central de Inteligência na Câmara, em fase final para ser implantado, com 60 novas câmeras de monitoramento. Também tenho um projeto, que já foi aprovado na Câmara de Vereadores, em que policiais da reserva podem voltar a atuar. Ou seja, o município vai bancar esses policiais, que vão fazer o trabalho interno da Polícia Militar nos quarteis, com isso liberamos os outros para trabalharem na rua. Só falta o governador liberar.”
Ramon Wollinger – “Como eu, Camilo e Adeliana somos do mesmo partido do governador, já estamos cobrando uma audiência com ele, em que vamos cobrar mais efetivo policial e mais estrutura. Hoje, a maioria das viaturas no batalhão em Biguaçu está quebrada, e estou com uma licitação para 100 novas câmeras de segurança, preciso desse apoio do governo do Estado. Eu estou fazendo a minha parte, estou trocando toda a iluminação pública nos bairros, implantando o Vizinho Solidário junto à Polícia Militar e grupos de moradores, mas preciso do apoio do Estado.”