O Banco Central (BC) informou ontem (6) que os brasileiros retiraram R$ 10,73 bilhões a mais do que depositaram na poupança em janeiro. O resultado é o segundo pior para meses de janeiro desde o início da série histórica do BC, em 1995. O pior saldo negativo em janeiro permanece o registrado para 2016, quando a poupança ficou negativa em R$ 12 bilhões.
O saldo negativo de janeiro de 2017 também é o terceiro pior da poupança em todos os meses, desde 1995. No mês passado, os saques na poupança somaram R$ 176,85 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em a R$ 166,12 bilhões. O valor total nas contas ficou em R$ 658,56 bilhões. O volume dos rendimentos creditados nas cadernetas dos investidores alcançou R$ 4,31 bilhões.
Alguns fatores têm contribuído para a fuga de recursos da poupança. A alta da inflação contribui para a perda de atratividade da aplicação e vem influenciando a poupança desde 2015. No mês passado, no entanto, houve a primeira sinalização de arrefecimento da alta de preços.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2016 em 6,29%, o que sinaliza uma desaceleração. Isso significa que o IPCA terminou o ano passado abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A taxa básica de juros da economia, Selic, quando está elevada, também torna a poupança menos atraente. Reagindo à queda da inflação, em sua primeira reunião de 2017, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual. No momento a taxa está em 13% ao ano. O presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, disse que este deve ser o “novo ritmo” de redução da taxa.