Após um longo e conturbado processo de sabatina e votação no Senado dos Estados Unidos, o juiz Neil Gorsuch, tomou posse ontem (10) como o 113° juiz da Suprema Corte norte-americana. Gorsuch vai substituir o juiz conservador Antonio Scalia, falecido em fevereiro do ano passado, ainda no governo Barack Obama.
Neil Gorsuch, de 49 anos, foi nomeado na última sexta-feira (7) depois de resistência no Senado em relação ao se nome. Na votação foram 54 votos favoráveis e 45 contrários. Três democratas ajudaram a elegê-lo, destoando do partido, que era contra a nomeação para evitar que a Corte voltasse a ter um equilíbrio entre forças conservadoras e liberais.
O Partido Democrata estava obstruindo a votação de Gorsuch há cerca de duas semanas. Eram necessários 60 votos para nomeá-lo, mas a Mesa do Congresso conseguiu mudar as regras e adotar, em vez da maioria absoluta, a maioria simples para aprová-lo.
Os republicanos usaram um argumento chamado de “opção nuclear” e, desse modo, conseguiram alterar o rito regimental da votação e aprovar por maioria simples.
A resistência para nomear o novo juiz dizia respeito ao equilíbrio das forças no tribunal. Após a morte de Scalia, os liberais levaram vantagem na composição da Corte. Gorsuch só será empossado 413 dias depois de o cargo ter ficado vago. Por isso, a posse dele é considerada uma vitória para a administração de Donald Trump.
Considerado um juiz jovem para um cargo vitalício, Gorsuch é visto por analistas como um nome que pode, “por muitos anos, equilibrar as forças” na Suprema Corte. Ele é conhecido por suas análises constitucionais embasadas no Estado de Direito, à luz da filosofia. Estudou direito e tornou-se doutor em filosofia.
Gorsuch é conhecido entre os colegas pela capacidade de defesa intelectual e excelente oratória, é um defensor da ampla liberdade religiosa, característica interessante no contexto atual em que o próprio governo tentou levar adiante medidas executivas que restringiam direitos baseados em religião, como as ordens executivas suspensas sobre viajantes de países muçulmanos.
Tradicionalista, é defensor da pena de morte e contra a legalização da eutanásia e do aborto.