Após seis meses de o governador Raimundo Colombo (PSD) assinar a ordem de serviço que autorizava o início das obras de restauração do pavimento da rodovia SC-407, entre os municípios de Biguaçu e Antônio Carlos, nenhuma máquina trabalhou no trecho. O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) alega que o “contrato está parado com problemas de burocracia interna” e que por isso o trabalho não foi iniciado. Afirma, ainda, que está em contato com a Secretaria de Planejamento de Santa Catarina para viabilizar os recursos, mas que não há previsão para o início do serviço. As informações são do jornalista Rafael Thomé, do Hora SC.
O contrato previa o investimento de R$ 6,9 milhões do governo do Estado, por meio do Deinfra, e o término das obras em até 360 dias. A ação é necessária devido ao fluxo de trânsito pesado no local, como caminhões de transportadoras e de agricultores que levam a outras cidades suas gramas e hortaliças. Além disso, há instalações da Petrobras e a fábrica da Coca-Cola (Vonpar).
Na época, a notícia foi recebida com entusiasmo por moradores e prefeituras dos dois municípios. Hoje, o sentimento é de frustração. “Estamos lutando para que as obras comecem. Nosso município é muito afetado pela má condição da rodovia, porque, além dos moradores, temos muitas empresas instaladas e gerando empregos aqui. Essa buraqueira causa transtornos para todos”, afirmou o secretário de Obras de Antônio Carlos, Edson Decker.
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O trecho que deveria ser recuperado tem apenas 15 quilômetros de extensão. De acordo com a licitação, as obras previam novo pavimento asfáltico e sinalização horizontal e vertical (pinturas no chão e fixação de placas nas margens da rodovia). Em Biguaçu, a sensação é de que as obras dificilmente acontecerão neste ano. “Temos mantido contato com o governo do Estado para ver esta situação. O contrato já foi assinado, mas o governo alega que não tem dinheiro disponível para dar início”, disse o secretário de Obras de Biguaçu, José Valdemar Silveira.
Moradores cansados de esperar
A luta das comunidades do Alto Biguaçu e Antônio Carlos para a recuperação da rodovia é antiga. O casal Sebastião Vieira, de 52 anos, e Laura Vieira, de 48 anos, mora às margens da estrada, na altura do quilômetro 8 do trecho em Biguaçu, há 27 anos. Segundo eles, desde 2014 a rodovia está em estado lastimável. “É uma pouca vergonha. Já faz, pelo menos, três anos que está assim. Só quem gosta da estrada do jeito que está é o pessoal das borracharias”, reclamou Sebastião.
Como a responsabilidade da rodovia é do governo estadual, os municípios pouco podem fazer à respeito. De acordo com a Secretaria de Obras de Biguaçu, restaram apenas as operações emergenciais para tapar buracos. “Quando tem muito buraco, eles tapam os maiores, mas com a primeira chuva abre tudo de novo. Aqui em frente à minha casa, ainda temos problemas de alagamento”, relatou Laura.
A Secretaria de Obras de Biguaçu afirmou que tem conhecimento do problema, mas que não pode atuar porque a rodovia é de jurisdição estadual. O Deinfra, por sua vez, afirmou que o bueiro e o novo buraco serão reparados somente quando forem iniciadas as obras de recuperação da rodovia SC-407.