A Seccional de Santa Catarina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC) emitiu nota, na tarde deste sábado, informando que vai cobrar explicações do governador Raimundo Colombo (PSD) sobre os R$ 10 milhões em propina que os diretores da JBS afirmam ter doado à campanha de reeleição, em 2014. Os fatos vieram à tona por meio de delação premiada do diretor de Relações Institucionais e Governo na holding J&F, que controla a JBS, Ricardo Saud.
“A OAB/SC considera graves as informações tornadas públicas pela delação dos empresários da JBS e que envolvem o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. A instabilidade política do país, com sérias consequências na economia, não dá margem a tergiversações e exige que os fatos sejam esclarecidos com urgência, a fim de preservar a confiança do povo catarinense em seus líderes”, diz a nota.
Conforme o executivo delator, o objetivo da propina era obter facilidades na licitação para comprar a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Ricardo Saud disse aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que R$ 2 milhões teriam sido entregues em espécie ao secretário de Fazenda, Antônio Gavazoni, em uma transação que envolveu o Supermercados Angeloni. Contudo, a empresa varejista não sabia da trama e acreditava que estava pagando por compras de carnes para a sua rede de lojas, garante Saud.
Em nota oficial, o governador rebate as acusações, dizendo que “contesta com veemência as declarações feitas pelo delator da JBS sobre doações relativas à campanha eleitoral de 2014”.