As portas de acesso de um posto de saúde em construção em Biguaçu, na Grande Florianópolis, ficam a cerca de 5 metros do chão. Apesar de a unidade estar pronta há dois anos, pelas condições do terreno não havia sido construída nenhuma forma de acesso ao local até esta segunda-feira (5), segundo a prefeitura.
O posto fica no bairro Prado e deveria atender 7 mil pessoas que moram na região. As obras começaram em 2014 e terminaram em 2015. Conforme o prefeito do município, Ramon Wollinger, está previsto acesso através de um elevador e uma escada.
Conforme o prefeito, o atraso se deu por serem obras “separadas”. “Uma obra foi a de alvenaria [do posto], com recurso federal. A outra obra seria o acesso através de uma compensação”, diz o prefeito.
Segundo a assessoria de imprensa do município, uma construtora que realiza uma obra no município ficou responsável por adquirir esse elevador, como forma de compensação pelo impacto a vizinhança. O elevador já estaria garantido, mas a licitação para a instalação dele deve ser aberta apenas na quarta-feira (7).
De acordo com Wollinger, já há prazo de entrega do posto de saúde. “Os mobiliários estão todos comprados. Eu tenho o compromisso de inaugurar esse posto até o final do ano”, completa.
Investimento e fiscalização
O investimento é do Ministério Saúde, com um valor total de R$517.616,79. Segundo a prefeitura, ainda está em aberto uma parcela federal de R$ 123 mil. Por atrasos e imprevistos, a prefeitura diz ter que bancar mais R$ 42 mil na obra.
O G1 buscou o Ministério da Saúde para informações sobre o projeto original enviado para a liberação da verba, sem resposta até a publicação desta notícia. A prefeitura de Biguaçu informou que no projeto sempre constou um elevador e uma escada, mas as condições do terreno impediram de avançar na construção.
O projeto foi feito pelos engenheiros da prefeitura. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (Crea-SC) apura o caso. “O conselho está buscando dentro de seus registros o responsável técnico por essa obra e também pelo projeto de acessibilidade”, disse o vice-presidente do conselho, Giovani Bonetti. Entretanto, o órgão diz não ser responsável por fiscalizar.