Cientistas de vários países participaram de um estudo que concluiu que o número de pessoas que fazem cirurgia bariátrica está crescendo em todo o mundo, como mostra a reportagem.
Aquela barriguinha e os números não mentem, está todo mundo ficando mais gordo. Um estudo publicado nos EUA mostrou que de cada três pessoas no planeta, uma tem sobrepeso, e de cada 10, uma é obesa.
Era o caso da pedagoga Daniela Alves Basseti, que comprova com uma foto antiga. Não é mais, como mostra uma imagem atual.
Ela fez a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como cirurgia de redução de estômago, um tratamento cada vez mais comum. Um relatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar aponta um crescimento de 20% nos últimos dois anos no número de cirurgias. Já são 100 mil por ano no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.
Elas estão cada vez mais seguras e também por causa disso, muita gente está partindo direto para a cirurgia, sem tentar nenhum tratamento antes.
“A gente acaba tendo uma população grande de pacientes indo para a cirurgia, que talvez se beneficiasse de tratamento clínico, que existe e é seguro também para o paciente”, explica Maria Edna de Melo, diretora do Depto. de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Fazer exercícios e fechar a boca são os remédios conhecidos para perder peso, mas nem sempre são suficientes. Para saber se é hora de procurar ajuda médica, um bom indicador é o Índice de Massa Corporal, um cálculo feito com base na altura e no peso. E não adianta encolher a barriga: os números não mentem.
O cálculo é o seguinte: divida seu peso pela altura, depois divida o resultado novamente pela sua altura. Se o resultado for até 24,9, você está dentro da normalidade. Se for igual ou superior a 25, isso significa sobrepeso. Igual ou acima de 30, obeso. Igual ou acima de 35, você pode ser elegível para cirurgia se tiver doenças como diabetes. Igual ou acima de 40, mesmo sem nenhuma doença, a cirurgia já é recomendada.
“Nós temos hoje no Brasil 4,5 milhões de pacientes que podem se beneficiar com o tratamento, obviamente depois de tentado o tratamento clínico, que falha na grande maioria das vezes nessas populações, e aí se indica a operação. Então, de 4,5 milhões, estão sendo operados, mais ou menos, 100, 110 mil por ano, isso dá entre 2 e 2,2%, um percentual muito pequeno de cirurgia bariátrica pelos benefícios que ela dá”, diz Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A enfermeira Judith de Paula, que trabalha com o Doutor Ricardo, fez a cirurgia e deixa um alerta.
“Cirurgia não é milagre. A cirurgia te ajuda, mas você tem que se controlar, por exemplo, quando tem vontade de comer doce. Eu compro um chocolate, como um pedaço que me satisfaz e nem levo para casa o restante. Dispenso pelo caminho, que é para não ficar dentro de casa”, diz.