Nos últimos meses, doenças mentais e suicídio se tornaram assuntos amplamente abordados na mídia e nas redes sociais. E temas polêmicos como drogas, cyberbullying, o desafio da Baleia Azul e a série norte-americana “13 Reasons Why” incluíram os jovens no centro do debate.
Por esse motivo, a edição deste ano do evento “Doenças mentais: falar para prevenir, conhecer para tratar”, que acontecerá no dia 1/9 na sede do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em Florianópolis, terá como público-alvo os adolescentes e seus familiares.
O encontro tem como objetivo o combate e a prevenção ao suicídio, trazendo a discussão recente na perspectiva de especialistas convidados. Para esta terceira edição, estão confirmadas três palestras:
A médica psiquiatra Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro, especialista em prevenção ao suicídio, vai tratar desse tema direcionado aos jovens. Na palestra “Suicídio: precisamos falar sobre isso”, vai abordar o aumento no número de suicídios nos últimos anos, especialmente na faixa etária de jovens e adolescentes.
Em 2017, com as redes sociais divulgando o caso do desafio da Baleia Azul e a Netflix veiculando a série “13 Reasons Why”, tanto o Centro de Valorização da Vida – em âmbito nacional – quando o próprio Google – em âmbito mundial – noticiaram o aumento da procura pelo tema.
Para os jovens, esse tema é delicado, principalmente pela impulsividade atribuída às pessoas dessa faixa de idade. Segundo a médica, jovens e adolescentes se deixam sugestionar com mais facilidade pelos acontecimentos e ficam mais vulneráveis ao suicídio.
No encontro, ela apresentará maneiras de identificar fatores de risco e de prevenir o suicidio. Também orientará os jovens e adolescentes a perceberem eles mesmos quando estão em situação de risco.
Frederico Duarte Garcia, médico psiquiatra com especialidade em políticas públicas sobre drogas, vai ministrar a palestra “O que queremos prevenir quando conversamos sobre drogas com jovens?”.
Segundo Frederico, nenhum outro grupo etário é mais afetado pelo transtorno do uso abusivo de álcool e drogas do que os jovens. Não apenas porque o uso abusivo de drogas pode produzir danos no sistema nervoso de um jovem, mas porque, para a família, pode ser uma fonte significativa de sofrimento e dificuldades.
Além dos danos diretos, o estado de embriaguez também pode aumentar a ocorrência de comportamentos de risco, como o sexo desprotegido, a heteroagressividade, a violência doméstica, a direção perigosa de veículos e o suicídio.
A psicóloga Luciana Amorim, também mestranda em Psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), explica que não existe uma causa única para o suicídio, mas que as pessoas com maior risco tendem a compartilhar certas características.
Conhecer os principais fatores, sinais de alerta e saber como apoiar uma pessoa em risco pode ajudar a salvar vidas. Por isso, o objetivo da palestra da psicóloga será apresentar os fatores de risco e sinais que devem ser observados, além de debater sobre ações e atitudes úteis na prevenção do suicídio.