A Polícia Federal deflagrou hoje (5), a Operação Tesouro Perdido, com o objetivo de cumprir mandado de busca e apreensão emitido pela 10ª Vara Federal de Brasília.
Após investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador/BA, que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima (PMDB) – ex-ministro do governo Michel Temer – como “bunker” para armazenagem de dinheiro.
Durante as buscas foi encontrada grande quantia em espécie, em notas de R$ 50 e de R$ 100, guardadas em malas de viagem e em caixas de papelão. Os valores apreendidos serão transportados a um banco, onde será contabilizado e depositado em conta judicial.
Geddel cumpre prisão domiciliar. Ele fora preso em uma das fases da Operação Lava Jato, mas conseguiu uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para deixar o Presídio da Papuda, em Brasilia, para ficar “detido” sem tornozeleira eletrônica em sua casa de frente para o mar, em Salvador.
O ex-ministro de Temer é acusado de tentar obstruir a investigação de supostas irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal. Sua prisão preventiva em 3 de julho fora pedida com base em acusações do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, feitas em depoimentos ao MPF.
Na petição que resultou na prisão do político baiano, os procuradores reproduziram mensagens eletrônicas que teriam sido enviadas pelo ex-ministro, por celular, à mulher de Funaro, Raquel Pitta, entre os meses de maio e junho, quando o doleiro já estava preso.
Segundo os procuradores, as mensagens em que Geddel perguntava à esposa de Funaro sobre o estado de ânimo da família do doleiro e sobre o próprio Funaro seriam indícios de que o político tentava obstruir a apuração dos crimes a ele imputados, para evitar que Funaro firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Em janeiro deste ano, Geddel foi alvo de mandados de busca e apreensão expedidos no âmbito da Operação Cui Bono, que investiga o suposto esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal entre os anos de 2011 e 2013 – período em que Geddel ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco.