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Iniciou, nesta segunda-feira (23), a Semana Nacional de Mobilização contra a Dengue, em que diversos setores do Poder Público – como Educação, Assistência Social e Saúde – se empenham em ações de conscientização no combate ao mosquito Aedes aegypti. A mobilização vai até a próxima sexta-feira, dia 27 de outubro. Em 2017 já foram localizados seis focos, nos bairros Universitário (1), Centro (1), Bom Viver (1) e Mar das Pedras (3).
A campanha, de iniciativa do Governo Federal, ocorre em todo o país e tem como objetivo integrar as políticas interssetoriais de combate ao mosquito causador da Dengue, Zika e Chikungunya, criando uma rede de prevenção e de atenção aos casos já existentes.
A equipe de Controle da Dengue, da Vigilância em Saúde, iniciou a semana realizando atividades de educação em saúde nas escolas do município e seguirá o cronograma até sexta-feira (27), com palestras nos períodos matutino, vespertino e noturno. As equipes da Estratégia de Saúde da Família (EFS) também estão se mobilizando para realização de ações nas creches e escolas do município, com diversas atividades lúdicas que ensinam a combater o mosquito.
Os primeiros focos do mosquito da Dengue foram encontrados em Biguaçu no ano de 2004, sendo que em 2010 foi registrado o maior número, 52 ao total. Em 2016 foram detectados nove focos do mosquito, encontrados no Jardim Janaína (1), São Miguel (1), Praia João Rosa (3), Mar das Pedras (3) e Universitário (1).
Todas as ações realizadas pela equipe do Programa de Controle da Dengue Municipal seguem as orientações do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), sendo de acompanhamento contínuo e vigilância constante. A equipe é formada por cinco agentes de endemia, sendo um coordenador, um administrativo e três agentes de campo, que mesmo em feriados e recessos não cessam suas atividades.
Neste ano, até o momento, estão espalhadas pelo município 192 armadilhas, que são visitadas semanalmente, em empresas, transportadoras, comércio em geral, escolas e residências. Também são monitorados 80 pontos estratégicos, que são visitados quinzenalmente pelos agentes, em ferros velhos, galpões de reciclagem, cemitérios e borracharias. A equipe já soma em 2017 mais de 50 denúncias atendidas e verificadas in loco, atividade conjunta realizada com a Vigilância Sanitária, quando necessário.
Até o presente momento, em 2017, já foram registrados 17 casos suspeitos de Dengue e cinco de Chikungunya de residentes de Biguaçu, nenhum confirmado. Em 2016, foram 78 casos notificados de Dengue e dois de Chikungunya, sendo que cinco foram confirmados para Dengue, em pessoas que viajaram para Goiás, Chapecó e Mato Grosso.
A enfermeira Aline Piaceski Arceno, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, explica que “o objetivo maior é impedir a introdução do mosquito Aedes aegypti, procurando detectar precocemente os focos, eliminá-los em tempo hábil e fazer a vigilância de casos suspeitos da doença”.
Além dos trabalhos de detecção de criadouros de mosquitos e Pesquisa Vetorial Especial (procedimento realizado quando há casos suspeitos de Dengue na população), são realizadas atividades de prevenção e conscientização em escolas, creches, eventos da Prefeitura, grupos de idosos, cemitérios, Unidades Básicas de Saúde etc.
O secretário municipal de Saúde, Dr. Heron Felício Pereira afirma que a “Vigilância Epidemiológica, em conjunto com a Atenção Básica e Unidades de Atendimento em Saúde, tem papel fundamental na detecção precoce dos casos suspeitos, controle e contenção de possíveis epidemias”.
O prefeito Ramon Wollinger ressalta que “com o aumento do calor e a grande quantidade de chuvas na nossa região, aumenta também a ameaça da Dengue e outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. As condições climáticas são ideais para a reprodução do mosquito, por isso a hora agora é de prevenção. Somente a vigilância constante pode acabar com os criadouros do mosquito e manter nosso município livre da Dengue”.
Prevenção
A agente de Endemias, Paola Reis Pacheco, reforça que “o mosquito Aedes aegypti é o transmissor das três doenças: Dengue, febre do Chikungunya e vírus Zika, por isso a maior ação de prevenção está relacionada ao combate ao mosquito, e depende muito do cuidado das pessoas em casa, evitando qualquer tipo de acúmulo de água que possa servir de criadouro para ele.”
Esse mosquito tem como criadouros preferenciais os mais variados recipientes de água: pneus sem uso, latas, garrafas, pratos com vasos, caixas d’água descobertas, piscinas sem uso e sem tratamento, ralos desativados, calhas, lajes, bromélias etc. O inseto possui hábitos diurnos e vive em média 45 dias e leva cerca de 10 dias para passar de ovo à fase adulta. Os ovos são colocados em grupos (10 a 30 ovos por criadouro), e são resistentes, podendo permanecer inertes por mais de um ano.
A transmissão se dá pela picada do mosquito fêmea contaminado pelo vírus, que se infecta picando pessoas doentes e posteriormente as sadias, assim transmitindo a doença. A fêmea se alimenta de sangue humano a cada três dias em média e estando infectada pode ter várias alimentações sanguíneas curtas em diferentes hospedeiros, disseminando assim o vírus.
Doenças transmitidas
Dengue
A Dengue é uma doença infecciosa, causada por quatro tipos diferentes de vírus e é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela se manifesta através de febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor por trás dos olhos, podendo apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. A doença pode evoluir para uma forma mais grave e ocasionar sangramento na pele, mucosas, órgãos internos e até levar à morte.
Chikungunya
A Chikungunya pode se apresentar sob a forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos).
Zika
A Zika é uma infecção viral e seus sintomas são: vermelhidão no corpo com coceira, olhos avermelhados sem coceira e sem secreção, febre, inchaço, dores nas articulações e de cabeça. Em mulheres grávidas, o vírus é capaz de atingir a placenta, o líquido amniótico e o bebê, causando malformações neurológicas como a microcefalia.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico das doenças é realizado por exames laboratoriais ou pela avaliação dos sinais e sintomas apresentados e pela presença da pessoa em áreas com detecção do mosquito transmissor ou com casos de Dengue nos 14 dias anteriores ao início do quadro.
Não existe medicamento específico para tratamento, mas os sintomas podem ser aliviados com o uso de remédios para dor ou febre, prescritos pelo médico. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral, AAS) e anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias.