Da Redação
Os municípios de Antônio Carlos e de Governador Celso Ramos estão em festa nesta segunda-feira, dia 6 de novembro, data em que é comemorada a emancipação político-administrativa de ambas as cidades – que foram desmembradas de Biguaçu, em 1963. De lá para cá, são 54 anos de duas lindas histórias, cada uma lapidada por seu povo, com suas próprias características culturais, econômicas, geográficas e políticas. Antônio Carlos é ligada à cultura germânica e, Governador Celso Ramos, à açoriana. As economias também têm pilares diferentes, com a primeira enraizada na agricultura, sendo a maior produtora de hortaliças de Santa Catarina, e a segunda enganchada na pesca e com o turismo despontando.
Antônio Carlos
Os imigrantes alemães fizeram brotar da terra um município pujante, abrindo as primeiras áreas nas planícies próximas ao rio Biguaçu. Os germânicos e seus descendentes construíram ao longo dos anos um patrimônio cultural expressivo, mantendo características marcantes da colonização, como fé e cultura familiar, culinária, arquitetura preservada – que dá charme à cidade – e inclusive mantendo viva a língua materna, cujo dialeto é falado até hoje. E para que as futuras gerações não percam contato com as tradições, uma iniciativa recente da Prefeitura Municipal prevê a instalação do ensino de Alemão nas escolas municipais, junto com o Português.
A economia do município tem duas bases fortes. A mais robusta delas é a agricultura familiar. Do trabalho suado no campo saem frutas e hortaliças que abastecem toda a Grande Florianopolis. Se o manezinho come uma verdura, provavelmente ela fora produzida em terras antônio-carlenses. O outro pilar econômico para gerar impostos é a fábrica de refrigerantes da Coca-Cola, que é a maior do Estado e envia dezenas de carretas carregadas diariamente para cidades de várias regiões de Santa Catarina e até do Rio Grande do Sul. Somente de ICMS (que é recolhido pelo Governo Estadual e depois parte retorna para o município) a fábrica gera, anualmente, cerca de R$ 35 milhões.
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Governador
Emancipado inicialmente com o nome de Ganchos (que deu origem ao gentílico “gancheiro” para quem nasce no município), Governador Celso Ramos é terra de beleza impar. Suas belas praias, aliada à sua geografia, proporcionam cenários deslumbrantes, que encantam não só os cerca de 14 mil habitantes, mas também aqueles que visitam a cidade para passar férias. Sua economia ainda está embasada na pesca, que responde pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB). Conforme o IBGE, em 2014 o PIB foi de R$ 211 milhões. A renda per capta anual é de R$ 15,3 mil.
Com o passar dos anos, o turismo vem criando um trade de negócios que está ajudando a fomentar a economia local (ainda que de forma tímida). Os investimentos imobiliários na Praia da Palmas e Praia Grande têm gerado oportunidades, tanto na fase de construção dos prédios, como posteriormente, com o aumento na oferta de locação. Com mais apartamentos disponíveis para a temporada de verão, aumenta o fluxo de turistas que escolhem a bela cidade para veranear. E isso faz girar uma cadeia de serviços, principalmente no setor de gastronomia e fast-food, mas também de transportes, no de corretagem de imóveis e no comércio local.
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Contudo, o poder público local ainda deixa a desejar quando o assunto é investimento para incentivar o turismo. Com todo o potencial balneário que tem, a cidade ainda não possui, por exemplo, um centro de eventos, que poderia alavancar o turismo de negócios fora da temporada e ajudar a manter o fluxo econômico nesse setor durante todo o ano. Ao invés disso, a Prefeitura resolveu lançar mão de uma Taxa de Preservação Ambiental (TPA) para quem for visitar a cidade. Após aprovada a Lei no Poder Legislativo, o Ministério Público de Santa Catarina ajuizou ação e uma liminar expedida pela Justiça proibiu a implantação da cobrança do pedágio até que o mérito da questão seja analisado.