A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estimou crescimento de 13,2% na produção de veículos em 2018, com a produção de 3,5 milhões de unidades no ano. Para os emplacamentos, a projeção é de crescimento de 11,7%, e para as exportações, 5%.
Segundo balanço divulgado hoje (5), a produção de veículos cresceu 25,2% no país em 2017 em comparação com 2016. Foram produzidos 2,699 milhões de veículos. “É um número melhor que 2016 e melhor que 2015, mas ainda com um milhão de unidades a menos do melhor ano que foi 2013 [quando se produziram 3,713 milhões de unidades]. Mas é positivo que a gente volte a produzir. A capacidade ociosa do setor ainda é elevada”, disse Antonio Carlos Botelho Megale, presidente da Anfavea.
“O setor vem, desde 2012, apresentando queda. Em 2016, ele começou a apresentar um primeiro crescimento de produção, devido ao aumento nas exportações, e no ano passado esse crescimento foi substancial porque, além de aumentarmos muito as exportações, aumentamos o mercado interno. Por isso é que veio um crescimento mais robusto”, afirmou Megale.
No entanto, quando se considera apenas o mês de dezembro, a produção teve queda de 14,2% em relação a novembro, o que, segundo o presidente da Anfavea, é algo natural e já esperado por causa do período de férias coletivas.
As exportações que bateram o recorde histórico em 2017. Mais de 762.033 veículos foram exportados no ano passado, aumento de 46,5% em relação a 2016. “Nunca exportamos tanto”, disse o presidente da Anfavea, acrescentando que até então, o melhor ano havia sido em 2005, com a exportação de cerca de 725 mil veículos. Isso se deve, segundo ele, ao câmbio favorável, aos acordos comerciais feitos pelo governo federal e aos avanços nas vendas de veículos brasileiros para o Uruguai, a Argentina e o Chile. O recente acordo fechado com a Colômbia aumenta o otimismo para este ano.
Licenciamentos e empregos
Entre janeiro e dezembro de 2017, 1,995 milhões de veículos [incluindo veículos leves, caminhões e ônibus] foram licenciados no país, aumento de 12,3% em comparação a 2016. Em dezembro foram emplacados 186.858 veiculos, crescimento de 2,3% em relação a novembro e de 4,5% em comparação a dezembro do ano passado.
O setor apresentou crescimento no número de empregos, que passou de 121.178 em 2016 para 126.696 no ano passado, aumento de 4,6%. “Foi o primeiro fechamento do ano em que tivemos crescimento nos últimos anos”, disse o presidente da Anfavea. O melhor ano foi 2013, com 157 mil empregos.
Megale destacou que as montadoras trouxeram de volta trabalhadores que estavam afastados por lay-off (suspensão temporária de contrato) ou pelo Programa Seguro Emprego (PSE), que permite a redução de jornada e de salários. De acordo com ele, no final de dezembro havia 1.885 funcionários nesse tipo de situação, sendo 949 em lay-off e 936 em PSE. Em março de 2016, quando houve o auge desses programas, 38 mil pessoas estavam com restrição de jornada. Já no final de dezembro de 2016 o número era de 9 mil.
Rota 2030
Durante a coletiva, Megale também falou sobre a expectativa da entidade de que o governo conclua o programa Rota 2030 que vai substituir o Inovar Auto, encerrado no final do ano passado. O programa deve mudar a configuração da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre os produtos do setor.
“Fomos comunicados pelo próprio presidente Temer que haveria um adiamento na decisão do programa até o final de fevereiro e estamos trabalhando nessa expectativa. Sempre tem pontos de ajuste, que estamos conversando. Nossa expectativa é que em fevereiro, mais para o fim de fevereiro, a gente tenha alguma coisa já definida sobre isso”, falou.
Como o Inovar Auto já terminou e o Rota 2030 ainda está em discussão no governo, o setor ficará sem política neste momento. Com isso, as alíquotas voltam ao que eram antes do Inovar Auto, o que significa que os 30 pontos adicionais que incidiam sobre os veículos importados sobre os nacionais deixam de existir.
Para a Anfavea, isso deve contribuir para o crescimento da venda dos veículos importados no país. “Achamos que o mercado [dos veículos importados] vai crescer. Mas entendemos que não devemos ter um mercado extremamente protecionista”, disse ele.