A Prefeitura de Santa Vitória do Palmar (504 km ao Sul de Porto Alegre – na divisa com o Uruguai) declarou estado de calamidade pública por causa dos reflexos da greve dos caminhoneiros. Todo combustível disponível foi declarado de utilidade pública para fins de desapropriação. Ou seja, quem tiver gasolina ou diesel sobrando deverá entregar à administração pública.
Porém, a medida é quase nula, pois quase ninguém tem combustível na cidade, que fica no extremo-sul gaúcho. A situação só não está pior porque na quinta-feira (24), um produtor rural cedeu 400 litros de diesel para a prefeitura, que no dia anterior só tinha 200 litros. “Toda semana recebemos 10 mil litros de combustível. Esta semana não recebemos nenhum”, afirma o prefeito Wellington Bacelo.
Com o baixo estoque, a prefeitura foi obrigada a suspender o transporte coletivo e as aulas. O município de 31 mil habitantes é a quarto maior em extensão no Rio Grande do Sul. Tem 24 escolas espalhadas pela zona rural e urbana e 15 linhas escolares. “São 800 km de estradas no município. Vários alunos dependem do transporte para chegar às escolas, assim como médicos e enfermeiras, aos postos de saúde”, diz o prefeito.
Todos os dias veículos da prefeitura levam e trazem pacientes para tratamento ou consultas médicas no município de Rio Grande, a 240 km de distância. Mas até esse serviço está suspenso. Consultas e exames foram cancelados. Apenas alguns casos de tratamentos graves estão mantidos, conta o prefeito.
Outro problema tem sido verificado nas fazendas. “Os produtores não conseguem enviar o leite para as cooperativas porque estão sem combustível. Vão perder tudo”, lamenta o gestor municipal.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.