Três policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram presos na quinta-feira (9) no batalhão da Polícia Militar, em Florianópolis. Eles participaram de uma operação em Balneário Piçarras, no Litoral Norte catarinense, em 16 de novembro de 2017, em que um homem de 44 anos foi atingido por engano com um disparo na nuca e acabou morrendo no dia seguinte. O tiroteio ocorreu em um conflito com bandidos que tentaram assaltar uma agência bancária. Dois criminosos morreram no local.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), coronel Araújo Gomes, as ordens de prisão foram cumpridas na tarde de quinta. Elas foram expedidas pela Justiça Militar.
“Não temos como nos manifestar sobre os fundamentos da medida nem sobre o mérito do processo pois estão na esfera do judiciário”, disse o comandante. Até a publicação desta notícia, a reportagem não conseguiu contato com a Justiça Militar.
Investigação
Ainda em novembro a Polícia Militar havia aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) abriu investigação. A Polícia Civil também investiga o caso e imagens da câmera de monitoramento de uma pizzaria foram analisadas. A reportagem não conseguiu contato com delegado nesta manhã.
Tiro em inocente
José Manoel Pereira estava em um carro com outros três familiares quando os disparos foram feitos. Um sobrinho da vítima, que pediu para não ser identificado, contou que estava no veículo e que o grupo tinha parado numa loja de conveniência, perto do banco alvo da tentativa de roubo.
“Estava sendo atendido, comecei a escutar uns tiros. Saí correndo, atravessei a rua. Quando ele ligou o carro que nós fomos sair, com muita pressa, fomos alvejados por trás pelos policiais que estavam fazendo a ocorrência”, relatou. Ele foi atingido por estilhaços.
A família disse que quer que os responsáveis sejam punidos pela morte. O Bope confirma que atirou no carro em que os quatro estavam, mas disse que a medida só foi tomada depois que um dos ocupantes do veículo atirou contra a polícia. A família de Pereira nega essa versão.
“Não, nós não atiramos nada. Nada de arma. Eu acho que nós fomos confundidos, a gente estava ali, né? Estava ali parado no lugar errado, na hora errada”, disse o sobrinho.