A Associação dos Moradores de Palmas do Arvoredo (Amopa), em Governador Celso Ramos, resolveu não esperar o poder público e contratou, com recursos próprios, uma empresa para fazer a limpeza do canal de escoamento de água que corta o bairro de uma ponta a outra. Pelo serviço, os moradores irão pagar cerca de R$ 12 mil. É o segundo ano seguido que a Amopa “arregaça as mangas” para não deixar o mato e a areia entupir a vala. Somando 2017 e 2018, lá se vão quase R$ 24 mil nessa empreitada.
Na tarde de terça-feira (14), o presidente da associação, Antônio Silva, e o diretor-financeiro, Ênio Vardanega, conversaram com o Biguá News sobre essa iniciativa. Eles afirmam que se nada for feito nesta época do ano, no início do verão – quando começa o período das chuvas – o canal estará totalmente cheio de mato e plantas daninhas, prejudicando o fluxo pluvial. “Se a gente não colocar a mão na massa para limpar isso, na época da chuvarada a enxurrada pode transbordar, inundando as ruas”, comenta Antônio.
Vardanega pontua que pagar por esse trabalho acaba impactando o caixa da associação, já que a entidade tem poucos associados ativos, que contribuem anualmente com R$ 160 cada. “Temos cerca de 45 moradores pagando anualmente e isso não dá muito. Se não fosse preciso ter esse custo, a Amopa poderia investir em outras áreas, como treinamentos e campanhas de conscientização, por exemplo”, diz o diretor-financeiro.
Além de limpar a vala, a empresa contratada também está podando as alamandas e cuidando do canteiro central. Todo o material recolhido está sendo colocado em pequenos montes na lateral das ruas para que a equipe da Secretaria de Obras possa recolher posteriormente.
AMOPA ATIVA
Mas não é só na limpeza que a associação atua. A entidade zela também pelo urbanismo do bairro. Há alguns meses, a Amopa foi ao Ministério Público reclamar que obras estavam sendo feitas sem a devida observância das leis. “Tem gente que começa construção sem nem ter o alvará e já vai erguendo parede. Sem falar que não respeitam as laterais das ruas, despejando areia e terra sobre o asfalto. Quando vem as chuvas, esse material acaba sendo levado para dentro da tubulação e entupindo a drenagem”, apontou Ênio.
Por conta dessa denúncia dos moradores, o MP ajuizou uma ação civil pública para que o poder público municipal seja ativo na fiscalização, impedindo que se inicie construções em desacordo com a lei.
PASSARELA QUEBRADA
O próximo objetivo dos moradores agora é solicitar que a prefeitura providencie a manutenção da passarela que dá acesso à praia, bem ao lado do posto de salva-vidas central. Há alguns meses a estrutura foi danificada com as marés altas que ocorreram. Em uma dessas ressacas, a escadaria que possibilitava chegar à areia foi levada pela forças da águas e até agora nenhuma providência foi tomada. “Esperamos que até o começo do verão isso esteja arrumado” conclui o presidente.