A Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu mandados de busca e apreensão em residências nos municípios de Biguaçu, Florianópolis, Laguna, Palhoça, Rio do Sul, São José e Tijucas, durante a “Operação Intramuros”, que investigou a ação de organização criminosa com participação de internos do sistema carcerário. O inquérito policial foi concluído em 23 de janeiro e entregue ao Ministério Público, que apresentou denúncia à Vara Criminal da Região Metropolitana de Florianópolis, resultando na prisão preventiva dos 63 denunciados.
Toda a investigação foi integrada com o Núcleo de Inteligência do Departamento de Administração Prisional (Deap), pois muitos dos investigados já cumpriam pena na Colônia Penal Agrícola de Palhoça e na Penitenciária de São Pedro de Alcântara. O processo iniciou em julho de 2018 e desencadeou a primeira etapa da operação em novembro, com o cumprimento de 38 prisões temporárias, sendo que 20 dos suspeitos já estavam atrás das grades. Na segunda fase da Intramuros, em janeiro de 2019, foram cumpridas mais 28 prisões temporárias de novos investigados.
“É importante ressaltar a participação da equipe do Deap, que a partir das informações preliminares envolvendo investigados que já cumpriam penas, deu suporte ao inquérito da Polícia Civil via Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Palhoça”, afirmou o delegado-geral Paulo Koerich. “Foi possível, assim, comprovar as informações recebidas e que culminou agora na decretação da prisão preventiva dos denunciados”, concluiu.
A delegada Raquel Freire, da DIC de Palhoça e responsável pelo inquérito, lembrou que o foco da Intramuros “foi desmantelar, materializar e entender como agia a organização”. “Esse trabalho preventivo é fundamental para enfraquecer a atuação das organizações criminosas, identifica seus membros que mesmo no sistema carcerário mantinham contato com o crime e elimina novas ações contra a sociedade”, diz a delegada. Segundo a apuração, os internos aproveitavam o benefício das saídas temporárias para praticar mais crimes.
O diretor do Deap, Deivison Batista, que participou da coletiva, lembrou a importância do trabalho constante de vigilância dos agentes da Colônia Penal Agrícola pela característica do regime semiaberto. “A condição de muitos detentos trabalharem fora durante o dia e retornarem ao final da tarde propicia a tentativa de novos delitos ou ocultação de materiais ilícitos”, relatou.