O imóvel em Santiago locado através do aplicativo de hospedagem AirBnb, onde morreu uma família de Biguaçu e um casal de Hortolândia (SP), está irregular há 15 anos e não poderia ser alugado, segundo informou, nesta sexta-feira (23), o Serviço de Eletricidade e Combustível (SEC) do Chile, ao jornal “El Mercúrio”. O apartamento, localizado na interseção das ruas Santo Domingo e Mosqueto, estava sem a certificação para uso de gás.
O prédio é antigo, da década de 1960. Conforme as leis chilenas, são os proprietários dos imóveis que devem pedir anualmente a vistoria para receber a certificação das instalações elétricas, hidráulicas e de gás – e, neste caso, para uso em fogões e aquecedores.
Conforme a SEC, outros apartamentos do edifício passaram por reformas de instalações recentemente, mas o que foi alugado aos brasileiros, não. Os seis morreram, ao que tudo indica, devido à inalação de monóxido de carbono – que teria vazado da tubulação do aquecedor de água.
A investigação da polícia local irá apurar que houve dolo por parte do proprietário do imóvel e poderá oferecer denúncia criminal de homicídio.
As vítimas
Quatro deles eram moradores de Biguaçu: o casal Fabiano de Souza, de 41 anos, e Débora Muniz Nascimento de Souza, 38; e os filhos Caroline Nascimento de Souza, 14; e Felipe Nascimento de Souza, 13. A jovem completaria 15 anos nesta sexta-feira.
Além deles morreram Jonathas Nascimento Kruger, 30 anos, que e é irmão de Débora, e a esposa dele, Adriane Krueger.
Os familiares chegam ao Chile nesta sexta-feira para fazer o reconhecimento e liberação dos corpos para o traslado.
“Os anfitriões devem certificar que seguem as leis e regulamentos locais”
A plataforma AirBnb divulgou um comunicado, ontem, que, além de lamentar a morte das seis pessoas, deu mais detalhes sobre a responsabilidade de manter as casas.
Além de ressaltar que “os incidentes negativos são extremamente raros”, a empresa disse que tem “um programa que fornece detectores de fumaça e monóxido de carbono gratuitamente aos anfitriões que o solicitam”.
E acrescenta que “todos os anfitriões devem certificar que seguem as leis e regulamentos locais”.
O aplicativo afirmou que irá pagar todas as despesas do traslado dos corpos dos brasileiros.