A polícia da cidade de Mountain View (Califórnia) viu algo incomum na rua: um carro que se movimentava devagar demais, retardando o trânsito na semana passada. Por isso, os policiais ordenaram que o veículo parasse. Quando olharam pela janela, descobriram que era um carro autônomo.
O projeto do Google de veículos que se dirigem sozinhos, que já rodou aproximadamente dois milhões de quilômetros, quase recebeu sua primeira multa de trânsito quando a polícia deteve o veículo rodando a 38 km/h em uma pista de 56 km/h. “O policial parou o carro e fez contato com os operadores para descobrir por que ele estava optando por aquela velocidade, e os instruiu para retardar o trânsito”, disse a corporação em comunicado.
Sob o código de trânsito da Califórnia, os carros autônomos podem operar em vias com limite de velocidade de 56 km/h. Por isso, não foi aplicada multa. Tecnicamente o carro não tinha motorista, mas em geral há dois operadores nos veículos do Google capazes de assumir o controle se necessário. “Foi o que aconteceu nesse caso”, disse sargento Saul Jaeger, encarregado pela equipe de trânsito.
O veículo do Google foi autorizado a prosseguir, com a condição de que, se um de seus operadores percebesse congestionamento atrás do veículo, deveria sair da pista e permitir que o trânsito se desafogasse, como aconteceria se um motor quebrasse e o automóvel estivesse se movendo muito devagar.”Como qualquer motorista comum”, afirmou Jaeger.
Os carros de teste do Google estão programados para seguir a lei à risca. Mas como o “New York Times” reportou em setembro, pesquisadores de carros robotizados dizem que um dos maiores desafios para esses veículos é se enquadrar a um mundo no qual os motoristas não se comportam de acordo com as regras.
Desde 2009, os carros do Google se envolveram em 16 acidentes, em geral pequenas colisões, e em todos os casos a culpa coube a um ser humano, diz a companhia.
Em resposta ao episódio na Califórnia, o Google informou que seus veículos nunca receberam multas. “Dirigir devagar demais? Aposto que motoristas raramente são parados por esse motivo”, dizia um post no blog da empresa.
“Limitamos a velocidade de nossos carros protótipos a 40 km/h por razões de segurança. Queremos que pareçam amistosos, simpáticos. Como o policial em questão, às vezes, as pessoas nos abordam para saber mais sobre o projeto”, afirmou o Google.
The New Yok Times com tradução da Folha de S.Paulo