Aproximadamente 100 policiais civis de todos os estados brasileiros ocuparam, na noite desta segunda-feira (1), o salão verde da Câmara dos Deputados em protesto contra a reforma da Previdência, nos moldes que estão sendo debatidos naquele Poder Legislativo. Integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e agentes prisionais também participam do manifesto.
Conforme as lideranças sindicais das categorias, eles permanecerão em vigília no local até ocorra definição das regras de aposentadoria dos policiais. Argumentam que, da maneira como o texto da reforma da Previdência está, eles estão “fadados a morrer trabalhando”.
O Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol-SC) afirma que as novas regras em debate no Congresso estabelecem um verdadeiro abismo entre as carreiras de policiais civis e militares. Afirmam que eles têm o mesmo risco na profissão, mas terão que trabalhar mais tempo e contribuir mais para se aposentar.
O Sinpol-SC aduz, por exemplo, que eles terão que cumprir idade mínima (o que não será exigido dos militares), não terão a integralidade do valor médio das contribuições, pensões por morte não serão integrais, não terão regras de transição e nem reestruturação remuneratória.
O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), informou estar em negociação uma regra de transição mais amena para a aposentadoria de policiais federais e policiais rodoviários federais. Ele esteve reunido com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o relator da reforma da Previdência (PEC 6/19), Samuel Moreira (PSDB-SP), no início da noite desta segunda-feira (1º) na residência oficial.
“O acordo não está fechado, mas a intenção é incluir na complementação de voto que deve ser apresentada amanhã (terça-feira, 2) pelo relator uma regra de transição diferenciada para os policiais federais e rodoviários federais. Um texto que atenda às especificidades das carreiras”, afirmou o líder do governo.
Vitor Hugo não quis detalhar a proposta, que está sendo construída a partir de conversas com o secretário de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, e a União dos Policiais do Brasil, “para não gerar expectativas”.