A Polícia Federal, em cooperação com a agência norte americana de combate a drogas (DEA), deflagrou nesta terça-feira (16) a Operação Ampulla, cuja finalidade foi desarticular quadrilha que traficava o opioide Fentanil para os Estados Unidos. Cerca de 40 policiais federais cumprem 8 mandados de prisão (3 temporárias e 5 preventivas) e 9 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo/SP, Itanhaém/SP, São José/SC, Tijucas/SC e Florianópolis/SC.
Esse potente anestésico, de alta letalidade quando em uso indevido, era desviado por funcionários da Santa Casa de Misericórdia em São Paulo ou importado da China, sendo posteriormente revendido para diversos compradores no Brasil e nos Estados Unidos, país onde o fármaco costuma ser misturado à cocaína e à heroína para potencialização, o que tem provocado várias mortes.
Uma das prisões preventivas tem como alvo um morador do bairro Campeche, em Florianópolis/SC, recentemente preso nos Estados Unidos por suspeita de tráfico de fentanil. Visando a descapitalização do grupo criminoso, estão sendo arrestados um imóvel comercial, avaliado em mais de R$ 1,2 milhão, e alguns veículos.
As investigações foram iniciadas a partir da troca de informações entre a agência norte americana DEA e a PF sobre três encomendas, contendo ampolas de Fentanil diluído, enviadas de Florianópolis/SC à cidade de Miami/Estados Unidos, entre os meses de setembro e outubro do ano passado.
Essa cooperação policial internacional possibilitou rastrear outras encomendas e negociações de um indivíduo morador do bairro Campeche, em Florianópolis/SC, que culminaram na apreensão – no começo do ano – de 2.622 ampolas de Fentanil em Balneário Camboriú/SC. Tal suspeito, posteriormente, acabou sendo preso nos Estados Unidos e lá se encontra encarcerado para cumprir pena mínima de 15 anos de prisão.
A análise da origem das ampolas apreendidas permitiu identificar que algumas pertenciam à Santa Casa de Misericórdia em São Paulo, sendo que o aprofundamento da investigação demonstrou que três funcionários daquele estabelecimento hospitalar estariam envolvidos no desvio de Fentanil, bem como de diversos outros medicamentos de uso controlado que, posteriormente, eram comercializados em sites de vendas na internet.
A investigação também possibilitou identificar e apreender Fentanil e Fenacetina importados ilegalmente da China por um dos investigados, o qual contava com o apoio de um funcionário de uma empresa de logística para receber as encomendas, que eram endereçadas em nome de terceiros.
Por suas condutas, os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e de associação para o tráfico, cujas penas máximas somadas podem superar 30 anos de prisão.
O nome da operação, Ampulla, faz referência às ampolas de Fentanil apreendidas.