A transferência final de carga da Ponte Hercílio Luz teve início na noite desta segunda-feira (26). O trabalho, que deve durar até quatro noites, fará com que a estrutura volte a ser sustentada inteiramente pelas barras de olhal e os cabos pendurais. Com isso, ela voltará a estar suspensa, como em seu projeto original.
Nessa etapa, serão rebaixados os últimos 20% do peso do vão central, em um total de 400 toneladas, aproximadamente. Ao fim do trabalho, a ponte baixará seus últimos 45 centímetros. Em junho, os demais 80% do peso já haviam sido rebaixados.
Na avaliação do secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler, essa transferência de carga representa a entrada da obra em sua parte final.
“Em relação ao que vem pela frente, temos os trabalhos de acabamento. Precisamos terminar de colocar o piso de uso, as passarelas de pedestres, os corrimões, a parte de pintura, incluindo as peças que não poderiam ser pintadas antes dessa fase. Mas podemos dizer que o mais difícil, o desafio dos engenheiros, se encerra nesta semana”, avaliou o secretário.
Os 54 macacos hidráulicos que ainda sustentam o vão ventral começaram a ser rebaixados pouco antes das 23h. O trabalho durou cerca de três horas e deve ser retomado na noite desta terça-feira, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis.
O fiscal responsável pela obra, José Abel da Silva, ressaltou que o sonho de ver a Hercílio Luz liberada ao tráfego fica cada vez próximo. Segundo ele, essa etapa é a mais importante do cronograma final.
“Hoje nós ainda temos a ponte apoiada. Ao finalizar a transferência de carga, a ponte fica suspensa novamente. Para um leigo, seria como pendurar uma roupa em um varal. Os macacos poderão ser retirados”, ressalta Abel.
O engenheiro destacou ainda a singularidade do trabalho realizado para se reformar a ponte. De acordo com ele, técnicas de trabalho únicas precisaram ser utilizadas para se chegar ao atual estágio de serviço:
“Essa situação de macacos, por exemplo, só foi utilizada nessa ponte até hoje. É uma obra única. A gente não tem como comparar. Pontes semelhantes a essa já não existem mais”