A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) informou aos poderes Executivo e Legislativo de Biguaçu, durante reunião na tarde desta segunda-feira (18), que está negociando um terreno para a construção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) às margens do Rio Biguaçu, na região do bairro Santa Catarina. O local fica a sete quilômetros de distância da região central do município e a nova estrutura será projetada para solucionar a constante falta de água na cidade e ainda reforçar o sistema integrado de abastecimento da Grande Florianópolis.
Conforme o diretor de Operação e Expansão da Casan, Fábio César Krieger, as negociações com o proprietário do terreno estão em fase avançada. O projeto está praticamente pronto e depende apenas da confirmação da área. O investimento total será de R$ 50 milhões. “Será composto de uma barragem para captação da água do rio, a estação convencional de tratamento, um ‘reservatório pulmão’ que acumulará água nos momentos de baixo consumo para ser distribuída à população nos horários de pico, e uma adutora de 13 quilômetros para levar até Biguaçu”, comentou, em sua explanação.
Essa ETA no Rio Biguaçu teria capacidade de atender até 400 mil habitantes. Biguaçu tem cerca de 70 mil moradores. Além do município, a nova ETA também teria autonomia para abastecer com sobra toda a cidade de São José, que tem aproximadamente 250 mil pessoas. O sistema será interligado à rede de distribuição que vem da ETA no Rio Pilões, em Palhoça.
Fábio também disse que estudos foram feitos para saber a viabilidade de uma ETA no Rio Amâncio, que fica na região de Sorocaba, no interior do município. Ele informou que a ETA no Rio Biguaçu é mais viável, pois possui capacidade de vazão de 900 litros por segundo, enquanto que aquela outra é de apenas 54 litros/segundo. Além disso, uma ETA no Amâncio ficaria a 23 km de distância da área urbana de Biguaçu – o que demandaria maior investimento em uma rede de dutos. A análise da qualidade da água do Rio Biguaçu na região de Santa Catarina já foi feita e “permite a captação para tratamento e distribuição”, falou Krieger.
Conforme o diretor de Operação e Expansão da Casan, ainda não há prazo previsto para construção dessa ETA. Contudo, afirmou que após o término do processo de aquisição do terreno, o projeto executivo será finalizado e as licenças ambientais requeridas no Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Após isso, entra a fase de alocação de recursos e depois a licitação da empresa que fará a obra.
“Hoje a gente tem um olhar diferente para o município, deixando de ser ponta de rede para ser início de rede com essa nova ETA no Rio Biguaçu”, comentou a diretora-presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos.
Estação de esgoto
Segundo a Casan, as obras do sistema de esgotamento sanitário serão retomadas após a definição do terreno que receberá a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). O projeto inicial foi embargado através de uma Ação Civil Pública, movida em outubro de 2016, pela Associação de Moradores do Deltaville, que questionou a construção da ETE nas proximidades do condomínio. Readequado o projeto, a companhia apresentou três novos locais para a execução da obra. Os mesmos serão submetidos à aprovação do Executivo e em seguida serão licitados.
Repasse de 7%
Os representantes do Executivo e Legislativo biguaçuense ainda cobraram o repasse do percentual de 7% do valor que Casan arrecada em Biguaçu para investimentos na cidade. Esse valor está estabelecido em contrato firmado entre o município e companhia. A diretora-presidente da Casan informou que o repasse começará a ser feito a partir de março de 2020.