Informações que começaram a circular esta semana apontam que o PSL de Biguaçu pode trocar a candidatura a prefeito de André Clementino pelo vereador licenciado e atual secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba. Diante desses boatos, Biguá News entrou em contato no WhatsApp particular de Douglas ainda na quinta-feira (9), para que ele confirmasse ou negasse a especulação. A mensagem foi visualizada e respondida por uma pessoa que disse ser chefe de gabinete do secretário e que iria repassar a mensagem a ele. Até o momento desta postagem, ainda não houve resposta.
Diante do silêncio de Douglas, a reportagem entrou em contato com o secretário-adjunto da Casa Civil e “braço-direito” dele nos projetos políticos em Biguaçu, Matheus Hoffmann Machado. Este disse que Borba não quer falar de política no atual momento de pandemia por qual passa o Estado e o país. “Mas provavelmente na semana que vem, o isolamento sendo flexibilizado, ele vai falar sobre isso”.
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Indagado sobre a boataria de que Douglas poderia deixar o governo para ser candidato a prefeito em Biguaçu, Matheus não confirmou, mas também não rechaçou a informação. “É possível, mas improvável”, comentou. “Ele sempre diz que tem o sonho de ser prefeito de Biguaçu. Mas hoje, ocupa um cargo maior, de destaque estadual, vai muito bem e com total confiança do governador”, completou Machado.
A resposta dúbia deixa o boato em aberto. A primeira notinha sobre isso saiu no jornal do Zebrinha – que está alinhado com Douglas. O filho de Zebrinha, Mateus Richartz, inclusive, filiou-se para ser candidato a vereador pelo grupo comandado por Borba.
Ainda na quinta-feira, outra nota saiu no JBFoco. Nenhuma das duas notas fora rebatida por Douglas ou pelo PSL, deixando a entender que poderá ocorrer uma troca de candidato.
Desgaste nas redes sociais
O governo Moisés está sofrendo rápido desgaste nas redes sociais devido à condução da crise do novo coronavírus no Estado. A primeira escolha foi pelo isolamento social, com fechamento unilateral do comércio. Isso gerou forte descontentamento do empresariado e dos seguidores do presidente Jair Bolsonaro (que teve 75% dos votos em Santa Catarina, na eleição presidencial). Com isso, optou-se pela flexibilização, com liberação gradual das atividades comerciais e empresariais. Essa nova medida está desagradando quem tem medo de que o vírus se espalhe rapidamente e cause colapso na saúde pública e privada, culminando em muitas mortes nas próximas semanas. Moisés passou a levar pancadas dos dois lados.
Opinião:
Dados das pesquisas eleitorais que Biguá News teve acesso nos últimos meses mostram que a pré-candidatura de André está longe de “decolar”. Observa-se, ainda, que André diminuiu o ritmo de postagens nas redes sociais desde o começo de março. Em janeiro e fevereiro ele foi muito ativo. Esse arrefecimento pode ser explicado pelo crescimento da pandemia do Covid-19 (que limita as atividades políticas), mas também pode significar que ele já fora avisado de eventual troca de candidato.
Pontua-se, ainda, que o desgaste sofrido pelo Governo do Estado nas últimas semanas pode levar Douglas a refletir se não seria melhor retornar para Biguaçu e retomar seu projeto de ser candidato a prefeito da cidade. Outro fato que pode se levar em consideração é que a crise de saúde do coronavírus se tornará em forte crise econômica em 2020, com reflexos em 2021 e até 2022. Isso fará o governo deixar de investir em obras – que rendem capital político – para tornar-se mero pagador de contas da pandemia.
Diante disso, o que vale mais para Douglas: ficar na Casa Civil com forte risco de ter projeto eleitoral de 2022 solapado pela crise, ou retornar para sua base e ser candidato a prefeito agora, em 2020? A resposta teremos ao faltar quatro meses para a eleição – quando encerra o período para secretários municipais e estaduais se descompatibilizarem caso queiram concorrer a cargos eletivos este ano.