O contabilista de Biguaçu Leandro Alair de Liz foi procurado no começo do mês de abril para prestar serviços à Veigamed – que pretendia abrir uma filial em Santa Catarina. Essa empresa é aquela do Rio de Janeiro, que recebeu R$ 33 milhões adiantados do Governo do Estado num contrato suspeito para fornecer 200 respiradores mecânicos.
A informação de que o contabilista biguaçuense fora procurado por um emissário da Veigamed consta de notícia publicada no The Intercept Brasil nesta sexta-feira (15). O profissional de contabilidade disse ao site que não aceitou o serviço, devido às notícias que já circulavam na imprensa sobre a compra fraudulenta dos respiradores. Ele se reservou ao direito de não fornecer o nome de quem o procurou a mando da Veigamed.
Leia também:
Leandro diz na CPI ser perceptível crescimento patrimonial de Douglas Borba
Empresa tenta liberar na Justiça os R$ 11 milhões bloqueados na Operação O²
Leandro Alair de Liz já tinha feito serviço semelhante para o empresário Fábio Guasti, em setembro de 2019, quando este abriu uma filial da Meu Vale em Santa Catarina. Guasti aparece no processo de compra dos respiradores como representante da Veigamed. Esse mesmo empresário de São Paulo tem ligação com o advogado biguaçuense Leandro Adriano de Barros – cujo escritório de advocacia presta serviços à Meu Vale, de Fábio Guasti.
Outra ligação de Leandro com Guasti surgiu no processo de compra fraudulenta dos 200 respiradores. Após a Veigamed receber o pagamento adiantado de R$ 33 milhões, Guasti solicitou a Leandro Barros que fizesse contato com a Secretaria de Saúde garantindo que os aparelhos seriam entregues.
O ex-chefe da Casa Civil Douglas Borba foi quem apresentou Fábio Guasti à Secretaria de Saúde como representante da Veigamed e depois indicou Leandro para acalmar os profissionais do setor de compras da pasta da Saúde. Conforme o MPSC, “Douglas Borba é figura fundamental no grupo criminoso”.
Mais coincidências
Como o contador Leandro Alair disse ao The Intercept Brasil, ele fora contratado em 2019 para cuidar dos procedimentos contábeis na abertura de uma filial da Meu Vale em Florianópolis. O endereço escolhido pelo empresário Fábio Guasti foi uma sala no 8º andar do Centro Executivo Beira Mar Continental, na rua Souza Dutra, nº 145, no bairro Estreito. A sala da Meu Vale é a 808. Apenas um andar acima está o escritório de advocacia de Leandro Barros, que fica na sala 905 do mesmo prédio comercial.
Notícias no WhatsApp? Clique aqui: https://chat.whatsapp.com/LcIjuTus86K53EQX4uT80w
Devido à tantas coincidências, a força-tarefa da Polícia Civil e Ministério Público que investiga o caso, bem como a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Alesc que apura “quem apertou o botão” para pagar os R$ 33 milhões adiantados, poderão intimar o contabilista Leandro Alair de Liz para saber dele quem o procurou falando em nome da Veigamed.