Nesta quinta-feira, 13, dia em que a Ponte Hercílio Luz completa 95 anos, o governador Carlos Moisés liberou o trânsito de carros na via, independentemente do número de ocupantes e sem restrição de horários. Por questões de segurança, segue proibido o tráfego de motocicletas.
“Assim a Ponte Hercílio Luz passa a se integrar ainda mais ao nosso cotidiano”, ressalta Carlos Moisés. “A Velha Senhora é um patrimônio histórico, artístico e arquitetônico e merece ser usufruída pelos catarinenses na sua totalidade”, acrescenta o governador.
Aos sábados, domingos e feriados, continua a exclusividade para pedestres e ciclistas. O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Augusto Vieira, explica que essa é uma forma de conectar o monumento à comunidade.
“A reabertura da Ponte foi um reencontro dela com a comunidade. Se de segunda a sexta ela é uma importante ferramenta para desafogar o trânsito entre a Ilha e o Continente, nos domingos e feriados passa a ser um espaço de lazer e de contemplação”, avalia Vieira.
A decisão foi tomada a partir de uma reavaliação que contou, ainda, com a Polícia Militar, Prefeitura e Guarda Municipal de Florianópolis.
Conserva e manutenção
A Ponte Hercílio Luz foi reaberta ao público em dezembro de 2019. Mas, nos próximos 15 dias, a restauração será oficialmente entregue à Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIE) pela empresa Teixeira Duarte. O fiscal da obra e atual diretor de projetos rodoviários da SIE, engenheiro José Abel da Silva, explica que mesmo após a conclusão dos serviços, a empresa fica responsável pela manutenção da estrutura por determinado período.
“Funciona como uma garantia, que termina com a entrega oficial”,observa o diretor de projetos rodoviários.
Em até 30 dias está previsto o lançamento da licitação para a manutenção da Ponte Hercílio Luz. Com duração de três anos, esse contrato de prestação de serviço prevê ajustes, pintura, instalação de câmeras de vigilância, etc.
Velha Senhora
A construção do primeiro elo entre a Ilha de Santa Catarina e o continente foi um marco histórico para os catarinenses e para os brasileiros. A obra, que durou quatro anos, contou com material importado dos Estados Unidos e tecnologia de ponta. Tratava-se da maior ponte pênsil com sistemas de barras de olhal no mundo.
Fatores como o salitre (produto da ação corrosiva do mar), aumento da capacidade para além do planejado na inauguração e falta de manutenção culminaram na primeira interdição, em 1982 (houve reabertura parcial em 1988 e total em 1990) e na segunda, em 1992 (que durou até a reabertura de 2019).
Para que fosse devolvida à comunidade, a Velha Senhora passou pela maior e mais complexa obra de recuperação da história de Santa Catarina. Na semana de sua reabertura, a Velha Senhora serviu de palco cultural e recebeu mais de 1 milhão de pessoas.