Um grupo suspeito de romper cabos da chamada rede backbone de internet, que interliga os estados do Brasil, é investigada pela Polícia Civil. A corporação registrou 11 ataques em um mês em cidades da Grande Florianópolis, Sul, Vale do Itajaí, Norte e Litoral Norte catarinenses. O delegado Pedro Mendes, responsável pelo caso, afirmou que, a princípio, as sabotagens foram feitas por um grupo de funcionários de terceirizadas insatisfeitos.
Nesta sexta-feira (2), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Palhoça e Biguaçu, na Grande Florianópolis, Brusque, no Vale do Itajaí, e Forquilhinha, no Sul.
O que é a rede backbone?
“Essa rede de backbone é uma rede que liga os estados do Brasil, como se fosse uma rede central onde passam as fibras ópticas de internet. Quando ocorre o rompimento dessa rede backbone, existe a interrupção da passagem das informações do sinal de internet”, explicou o delegado.
Segundo ele, as cidades onde ocorreram os ataques ficaram sem internet. Como as redes são interligadas, os locais ao Sul de onde ocorre o corte do cabo também ficam sem sinal.
“Quando ocorreu esse movimento, as empresas logo já corriam para reverter isso, para consertar. Isso levava alguns minutos, às vezes pode levar até algumas horas”, afirmou Mendes.
Ataques
O primeiro ataque ocorreu no dia 15 de junho e, num período de um mês, foram feitos 11 ataques, na capital, Palhoça, Biguaçu e Rancho Queimado, na Grande Florianópolis, Laguna, no Sul, Rio do Sul, no Vale do Itajaí, Jaraguá do Sul, no Norte, e Itajaí, no Litoral Norte.
“Se o rompimento era feito em Laguna [no Sul do estado], de Laguna ‘para baixo’ as cidades ficariam sem internet”, afirmou o delegado. Isso inclui também o Rio Grande do Sul.
Em algumas dessas cidades, houve mais de um ataque, conforme o delegado.
Suspeitos
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, que resultaram em apreensões de telefones, computadores e documentos que são analisados pelos investigadores.
Cinco pessoas, que não tiveram os nomes informados, foram apontadas como prováveis autoras, porém a confirmação depende da análise dos eletrônicos.
“Nossa investigação apontou que são ex-funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviço de manutenção desse backbone. Esses funcionários, até então, estavam insatisfeitos com as condições de trabalho e começaram a fazer essas sabotagens”, afirmou o delegado.
Entre as insatisfações, informou o delegado, estavam condições salariais como bônus e escala de serviço.
“O objetivo era simplesmente causar um dano. Eu não vejo que o objetivo deles era atingir a população, apesar de que a população foi atingida. Era atingir a empresa, pois eles estavam insatisfeitos com as condições de trabalho”, reforçou.
A Polícia Civil não mensurou prejuízo financeiro ainda. Entre os crimes investigados, estão dano qualificado e associação criminosa.