UOL – A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, autor das explosões na praça dos Três Poderes, afirmou à Polícia Federal que o plano dele era matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela deu a declaração para agentes de Santa Catarina.
Outros familiares de Francisco também foram localizados por agentes da PF. Ela disse que o principal alvo era o ministro Alexandre de Moraes e “quem mais estivesse junto”. “Ele falou que mataria ele e se mataria”, disse a ex.
Wanderley Luiz compartilhava os planos e ameaças em grupo. A ex-mulher disse que o autor das explosões em Brasília planejava o ataque desde a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro e fazia buscas no Google para viabilizar o atentado. Ela, no entanto, nega a participação do autor de explosões nos ataques anteriores aos prédios dos Três Poderes.
Matar Moares era uma obsessão. Questionada pelo agente se matar o ministro era uma obsessão do ex-marido, ela responde que sim. “[Obsessão] Dele. Tanto que ele me deixou quase louca. Todo mundo na rua [dizia] ‘você vai ficar louca’. Ele só falava de política, política e política.”
Ela afirma que o ex-marido só morreu porque foi descoberto. “Ele jamais tiraria a vida dele, a não ser que tivesse cumprido o objetivo. Se ele morreu em vão, não foi por ninguém, foi porque descobriram o que ele iria fazer”.
Nas imagens do circuito de câmeras da praça dos Três Poderes, é possível ver que Luiz recua depois de ser abordado por um segurança. Ele joga alguns explosivos contra a sede do STF, depois se deita ou cai no chão com um explosivo perto da cabeça e morre após a detonação.
“Vai mesmo fazer esse tipo de loucura?”
Ex-mulher disse que tinha acesso aos e-mails de Luiz, por isso, acompanhava seus passos pela internet.
“Como o nosso e-mail era tudo o mesmo, qualquer coisa que ele fazia eu sabia. Então, sabia onde ele estava. Acusava o que ele tinha pesquisado, sabe? Tinha pesquisa no Google sobre isso ali [matar Moraes].
“Aí eu mandei pra ele :’Tu vai mesmo fazer esse tipo de loucura?’ Ele disse que não. Aí eu printei e mandei pra ele e perguntei: ‘Como que não?’ Por que tu está pesquisando esse tipo de coisa?“