Uma agência de turismo de Florianópolis está sendo investigada pela Polícia Civil por vender pacotes de viagens que nunca aconteceram. A empresa fechou as portas na semana passada e dezenas de pessoas suspeitam que podem ter sido vítimas de um golpe, informa o G1.
De acordo com o levantamento, são quase 100 pessoas que compraram passagens para cruzeiros internacionais e agora não sabem mais se vão ou não poder viajar. “Eu fiz convite para 22 pessoas, a primeira vez, e essas pessoas estão na expectativa”, disse o aposentado José Nilton Souza. A viagem dele começaria em Santos, no litoral paulista, passaria pelo Uruguai e pela Argentina. Ele e os demais clientes pagaram cerca de R$ 3 mil à Campeche Turismo, agência de viagens de Florianópolis.
“Aí, depois de tudo isso aí, dá todo esse problema. No meu caso, eu fiz o contrato com a Campeche Turismo. Porém, as prestações tão sendo creditado na CVC São Paulo. Aí eu ligo pra CVC São Paulo, eles dizem pra mim, ‘Seu Silvio, o senhor já viajou em julho do ano passado’. Das 10 prestações, eu já paguei 8 e não consigo cancelar as duas restantes”, contou o aposentado Sílvio Soares.
Custo de até R$ 16 mil
O grupo liderado pela aposentada Denise Bruno pretendia conhecer a Ásia e cada um pagou R$ 16 mil. “Cabines do cruzeiro estão garantidas, não foi pago aéreo, hotéis, transfers. Mais ou menos, vai nos custar mais R$ 8 mil”, relatou Denise.
A sala em que a agência funcionava está vazia desde a semana passada. “Não tem ninguém, não se encontra mais ninguém. Os caras sumiram do mapa”, disse Sílvio Soares.
A Campeche Turismo enviou uma nota à NSC TV em que informa ter sido forçada a encerrar as atividades por questões financeiras e administrativas e que se esforça para recompor os danos materiais de todos os clientes, que serão reembolsados o mais breve possível.
Sem realizar sonho
“Grande parte do grupo é de aposentados. Temos pessoas de 30 até acima de 80 anos que iria viajar pela primeira vez, pessoas humildes. Não é só dinheiro, é o sonho das pessoas”, disse emocionado o aposentado Paulo Zimmermann.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar se o houve o crime de estelionato neste caso. Representantes da empresa devem depor à polícia na próxima semana.
A reportagem procurou ainda pela CVC, que disse em nota ter descredenciado a Campeche turismo assim que identificou o uso fraudulento do sistema, envolvendo a falsificação de documentos e reservas inexistentes. A empresa acrescentou também que presta ajuda aos consumidores para reprogramarem as viagens marcadas.