As altas temperaturas combinadas à grande quantidade de visitantes fizeram o consumo de água na Ilha de Santa Catarina atingir seu ápice na segunda-feira de Carnaval, dia 8. O volume consumido em Florianópolis, na ordem de 1,4 mil litros por segundo, foi semelhante ao do Réveillon, que já havia sido recorde histórico, mas desta vez a Casan teve de abrir quatro reservas técnicas para garantir o abastecimento.
No Norte da Ilha, onde se concentra a maior parte das pessoas neste período de festas, os dois maiores reservatórios tiveram de ser abertos na segunda-feira. Ao meio-dia, foi aberto o de Canasvieiras, com dois mil metros cúbicos que armazenam dois milhões de litros. Por volta das 22h, para manter o nível de vazão nas torneiras da região, teve de ser aberto o reservatório de aço vitrificado dos Ingleses, que armazena 3,5 milhões de litros.
Este último reservatório foi inaugurado às vésperas do Natal justamente para atender à alta demanda de turistas prevista para esta temporada, considerada recorde, o que se confirmou. O Norte tem mais duas reservas técnicas, mas que se mantiveram fechadas.
No sistema integrado Leste-Sul da Ilha, o consumo foi igualmente alto. Tanto que o reservatório da Barra da Lagoa, que armazena um milhão de litros, e o do Morro das Pedras, com cinco milhões de litros, estavam a menos de 80% de sua capacidade na segunda-feira à noite – e não 100% como costuma acontecer sempre neste horário do dia.
O mesmo quadro se repetiu na região Central, que abrange a Bacia do Itacorubi, Trindade, Pantanal, João Paulo, Saco dos Limões, Córrego Grande, Santa Mônica e Saco Grande. A reserva técnica localizada no bairro da Trindade esteve próxima a 15% às 22h de segunda-feira e só retomou seu nível habitual de 60% por volta das 4h da madrugada de terça-feira. Normalizou-se totalmente a quase 100% no início do dia.
O engenheiro Joel Hortsmann, que capitaneou a Operação Carnaval na Região Metropolitana, disse que nunca tinha visto tanto consumo de água em Florianópolis. O abastecimento só pôde ser realizado porque a Casan investiu mais de R$ 60 milhões em um conjunto de 48 ações e obras para o verão, com destaque para a conclusão do Sistema Flocodecantador – que aumentou em 50% a capacidade de tratamento em toda a Grande Florianópolis – e a implantação do reservatório importado na região dos Ingleses.
Ao mesmo tempo em que ampliou o consumo de água tratada, o tempo firme fez com que todo o sistema de esgotamento sanitário da Ilha operasse dentro da sua normalidade, sem sobrecarga de vazão com água da chuva, apesar da alta quantidade de pessoas.
Ricardo Stefanelli / Assessoria de Comunicação