Ataques criminosos a prédios públicos e a policiais militares alarmaram a população da Grande Florianópolis durante o último fim de semana. Segundo o Centro de Comunicação Social da Polícia Militar, a onda de violência levou as autoridades estaduais a reforçarem o policiamento em toda a capital.
A última ação criminosa ocorreu por volta da 1h30 de hoje (6). Bandidos armados dispararam contra uma das guaritas do Centro Administrativo do estado, no bairro Saco Grande. De acordo com a assessoria do governo estadual, não havia nenhum vigilante no local e ninguém ficou ferido. Os atiradores não foram identificados até o momento. O local já tinha sido alvejado durante os ataques criminosos de 2014.
Em duas ocorrências registradas na noite deste domingo (5), policiais revidaram e houve troca de tiros. Em uma delas, policiais deslocados para verificar a denúncia de que um grupo de homens havia ateado fogo em um veículo que tinham acabado de roubar foram recebidos à bala ao chegar no local, no Bairro do Estreito. Dois adolescentes acusados de participar da ação acabaram baleados. Um deles, de 17 anos, morreu no próprio local. Segundo a PM, o jovem tinha passagens criminais por estelionato e posse de drogas. O outro rapaz ferido, de 16 anos, foi conduzido ao hospital. Ainda de acordo com a corporação, ele tem passagens criminais por tráfico de drogas, receptação, resistência e lesão corporal.
Pouco antes, no Centro, policiais que faziam uma ronda de rotina foram surpreendidos por disparos ao chegaram à entrada da comunidade conhecida como Morro da Queimada. Os PMs revidaram, mas ninguém foi detido e não há, até o momento, registro de feridos.
O governo estadual ainda não se manifestou oficialmente. A Secretaria de Segurança Pública deve divulgar uma nota pública ainda hoje. Extraoficialmente, acredita-se que a ação pode ser uma resposta de grupos criminosos às mortes e prisões de pessoas envolvidas com o narcotráfico.
Na semana passada, a Polícia Civil prendeu, em Palhoça, um homem suspeito de ser um dos líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Na sexta-feira (3), um rapaz de 18 anos apontado como outro líder do narcotráfico foi morto em Tijucas, durante uma operação conjunta das polícias Civil e Militar. A PM afirma que o rapaz atirou contra os policiais que tentavam cumprir o mandado de prisão. Baleado, o rapaz chegou a ser atendido por bombeiros, mas morreu no local. De acordo com a PM, ele tinha 59 registros policiais, sendo classificado como “o indivíduo de maior periculosidade do PGC fora do cárcere” e responsável por cumprir missões de ataques a agentes públicos.
Nas horas seguintes, os ataques se intensificaram. Na madrugada de sábado (4), duas bases operacionais da Polícia Militar foram alvos de tiros. Até o momento, ninguém foi identificado ou detido pelos disparos contra as bases do 7º Batalhão, em São José, na Grande Florianópolis, e do 4º Batalhão, no centro da capital.
Outras quatro ocorrências associadas às ações organizadas foram registradas no domingo (5). As casas de dois policiais militares foram atingidas por tiros em Palhoça. Na primeira ação, criminosos dispararam cerca de 20 vezes contra a residência do policial. Na segunda, foram feitos nove disparos, quatro dos quais atingiram as paredes da casa. Em ambas as ações, ninguém ficou ferido ou foi detido.
Já em São José, policiais trocaram tiros com bandidos que atiraram e fugiram em uma moto. A PM afirma que, poucas horas depois, identificou dois homens – um adolescente de 16 anos, sem antecedentes criminais, e um homem de 20 anos, com passagens por adulteração de veículo – que deram entrada no Hospital Regional feridos à bala. Os dois afirmam ter sido baleados enquanto trafegavam de moto, possivelmente por agentes do Departamento de Administração Prisional.