O modo como o biguaçuense se desloca via transporte público rumo a Florianópolis vai mudar em breve. A Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf) apresentou em Biguaçu, na noite de quarta-feira (23), a proposta de reestruturação do sistema. O projeto é da Suderf, em parceria com o Observatório da Mobilidade Urbana da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pela nova forma, os ônibus deixarão de ir diretamente dos bairros rumo à Florianópolis e se deslocarão a um novo terminal de integração – que será construído no Jardim Janaína. De lá, sairão veículos maiores, com capacidade para 80 passageiros (carros de 15 metros de comprimento e com três portas) e até 100 pessoas (os articulados).
Conforme o superintendente da Suderf, Cássio Taniguchi, essa alteração vai possibilitar uma melhor utilização do transporte público, pois, fora dos horários de pico, os ônibus deixarão de rodar com baixa quantidade de passageiros nas vias troncais (marginais da BR-101; Avenida Leoberto Leal, em São José; e no bairro Estreito, em Florianópolis) e passarão a transitar veículos de grande porte, levando mais pessoas numa mesma viagem. Esse modelo já é usado em Palhoça, onde os ônibus partem dos bairros rumo ao terminal e de lá para a capital.
“É um sistema que antecede ao BRT. Como para colocar o BRT o valor é elevado e depende de muitas obras físicas na BR-101 e na Via Expressa, nós resolvemos dividir a implantação em duas partes, começando por essa que é uma primeira etapa, com faixas exclusivas para os ônibus no bairro barreiros, em São José, e na região continental de Florianópolis, no Estreito. Isso vai possibilitar uma melhor fluidez do transporte público e irá melhorar o atendimento à população”, disse, ao Biguá News.
Para isso, haverá uma nova licitação do transporte coletivo em Biguaçu, São José e em Palhoça. Nos três municípios, as atuais empresas de ônibus que exploram o sistema não possuem concessões ativas, pois elas venceram e foram feitos apenas contratos emergenciais. “O edital que está sendo elaborado prevê que os serviços nas três cidades sejam feitos por uma só empresa, pois o sistema será metropolitano, será integrado. Nada impede que elas [Biguaçu, Jotur, Estrela, Imperatriz, etc] se unam em uma sociedade de propósito específico e participem da concorrência pública, que será aberta a qualquer empresa de transporte público do país”, informou Taniguchi.
O custo para construção dos terminais (em Biguaçu e em Palhoça) e da implantação das faixas exclusivas será suportado pelo Governo do Estado. O terminal do Janaína irá ser erguido em um terreno da Biguaçu Transportes (que será adquirido pelo governo), ao lado da passarela, bem em frente ao novo Centro de Distribuição do Koerich (a ser inaugurado ainda este ano). À empresa que vencer a licitação de concessão caberá colocar os ônibus nas linhas dos bairros (que não precisarão de ar-condicionado e nem de internet) e os veículos de grande porte para fazer as conexões terminal-terminal (estes equipados com ar-condicionado, Wi-Fi, acessibilidade universal, etc).
NOVAS LINHAS
Biguaçu ganhará novas linhas para atender bairros que hoje não são contemplados pelo sistema, e que já foram previamente mapeados pela Suderf, com indicação da Prefeitura. Além disso, os moradores do município também passarão a ter oferta de ônibus saindo do futuro Terminal do Janaína para os bairros Campinas e Kobrasol, em São José; do centro de Biguaçu ao Barreiros; e ganharão mais uma frequência rumo a Palhoça – conexão terminal-terminal. Além disso, será criada a linha Terminal de Biguaçu rumo a Antônio Carlos e outra com direção a Governador Celso Ramos. Estas duas cidades teriam linhas diretas a Florianópolis somente nos horários de pico, e nos outros horários fariam conexão na estação de Biguaçu. A promessa também é que a frequência do Terminal de Biguaçu ao Ticen, na capital, seja suficiente para atender à demanda satisfatoriamente.
PRAZOS
Conforme o diretor técnico da Suderf Célio Sztoltz, as conversações para finalização das propostas de editais demoram mais cerca de 60 dias. Após isso, ocorrem as audiências públicas. E, por fim, o lançamento do edital de concessão – o que deve ocorrer no começo de 2018. A empresa que vencer o certame terá 180 dias para adquirir 20 ônibus novos de grande porte atendendo a todas as exigências previstas (como ar-condicionado, Wi-Fi) e os ônibus menores para atender aos bairros (estes poderão ser usados). Esse mesmo prazo de seis meses é previsto para o Governo do Estado construir os terminais de Biguaçu e de Palhoça e para fazer as faixas exclusivas nos trechos identificados como “gargalos” no trânsito. Com tudo isso, a previsão é que, se tudo correr dentro do planejado, o novo sistema entre em funcionamento no segundo semestre do ano que vem.