Juliana Braga/Folha – Os juízes designados para presidir as audiências de custódia dos vândalos envolvidos na invasão de prédios públicos no dia 8 de janeiro, em Brasília, relatam que os presos têm reclamado da falta de conforto nas celas e têm feito pedidos inusitados. Um dos detidos queixou-se de que, desde a sua admissão, não conseguia limpar as lentes de contato. A juíza autorizou a advogada a trazer o produto adequado para tal higienização.
Um bolsonarista presidiário de Santa Catarina reclamou da comida do Presídio da Papuda e disse que desde o último domingo só comia frutas, suco e achocolatado Todinho. O nome dele e a cidade onde ele reside não foi informado na reportagem da Folha.
Também são comuns as reclamações dos manifestantes que embarcaram nos ônibus que os levaram ao presídio sem saber para onde iam. Um deles queixou-se de ter sido detido contra a sua vontade. “Não sei se você sabe, mas é assim que funciona a prisão”, respondeu o juiz encarregado da audiência.
Da mesma forma, há protestos sobre a falta de água gelada, wi-fi e a qualidade da comida. Outros estão exigindo ainda mais espaço em suas celas. Um dos presos disse que dividia o espaço com dez pessoas, e só havia espaço para oito. O juiz respondeu que nos presídios costuma haver 32 presos onde cabem oito.