Inaugurada há dois meses pelo governador Raimundo Colombo após investimentos de R$ 90 milhões do Estado, a revitalização da SC-114, nos 55 quilômetros entre os municípios de Painel e São Joaquim, na Serra Catarinense, fez da nova rodovia uma das mais modernas do Sul do Brasil, com asfalto e sinalização de qualidade.
Porém, um imprevisto aconteceu há alguns dias, quando um buraco se abriu no Km 292, próximo à localidade de Santa Isabel. Os técnicos do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) trabalham dia e noite no local para saber as causas e qual a melhor maneira de resolver o problema. Mas desde já, garantem que não foi erro de construção.
Na tarde desta quarta-feira, dia 31, o diretor de Operações e Planejamento do Deinfra, engenheiro Carlos Alberto Ferrari, acompanhado de representantes das empresas Compasa e Engevix, que executaram a obra, concedeu entrevista coletiva à imprensa em São Joaquim para esclarecer todas as questões técnicas sobre a rachadura no asfalto recém-inaugurado.
Ferrari explicou que tão logo a rodovia cedeu, há cerca de três semanas, engenheiros, projetistas e especialistas em geotecnia passaram a frequentar o local diariamente em busca de respostas e soluções. A pista foi imediatamente interditada e sinalizada, e reparos emergenciais foram realizados para garantir a segurança. Ainda assim, o asfalto continuou a ruir.
“Temos fortes indícios de que o problema foi causado pela remoção de material de uma cascalheira particular localizada em um terreno logo abaixo da rodovia, provavelmente sem os devidos conhecimentos e cuidados técnicos. Outra opção pode ter sido um acidente geológico provocado pela ruptura de um bueiro, cuja água penetrou nas rochas. Mas a hipótese da cascalheira é a mais provável”, disse Ferrari.
Estudos das construtoras darão suporte ao Deinfra para projeto de recuperação
Tanto a Compasa como a Engevix estão concluindo relatórios que serão entregues nos próximos dias ao Deinfra para que um projeto de recuperação do local possa ser elaborado e executado. Segundo o engenheiro Ferrari, os laudos das duas empresas já se apresentam convergentes, e a decisão a ser tomada será a mais técnica e viável possível.
“Não podemos estimar um prazo para isso, pois é um buraco grande e os estudos ainda não estão prontos. Temos anos de experiência em rodovias, e um projeto dessa grandeza não se faz de um dia para o outro. Vamos analisar quais as possibilidades mais rápidas e seguras, pois não pretendemos interditar o trânsito ou abrir desvios alternativos. Porém, já temos a certeza que não foi problema de construção. Essa obra foi muito bem feita, e desafio qualquer pessoa, por mais técnica que seja, a me provar que foi problema de execução”, completou Ferrari.
O Deinfra também não cogita ainda a hipótese de restringir o tráfego de veículos pesados, uma vez que o buraco, apesar de estar descendo com o acostamento devido ao constante movimento de terra, não se estendeu para o restante da rodovia. E como no local a pista é mais larga por contar com uma terceira faixa, o trânsito flui normalmente.
“Se houver um avanço grande para o restante do asfalto, precisaremos pensar em outra alternativa, mas isso ainda não se mostrou necessário, e esperamos que não seja”, concluiu o engenheiro do Deinfra.
Pavimentação e nivelamento do acostamento, reforço na sinalização horizontal e vertical, presença constante da Polícia Militar Rodoviária e levantamento topográfico para encontrar pontos de ruptura no asfalto e na terra são medidas emergenciais adotadas para garantir a normalidade enquanto uma solução definitiva não é encontrada.