A Caixa Econômica Federal alcançou um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões no primeiro semestre de 2016. No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 1,6 bilhão, 92,1% a mais do que o registrado no trimestre anterior, com o destaque para o aumento das receitas com prestação de serviços e controle das despesas administrativas. Ao final do semestre, a Caixa tinha R$ 2,1 trilhões em ativos administrados. Os ativos próprios aumentaram 8,4% em doze meses, chegando a R$ 1,2 trilhão, de acordo com balanço divulgado pelo banco hoje (12), na capital paulista.
Segundo os dados, a carteira de crédito chegou ao saldo de R$ 691,6 bilhões, o que representa um crescimento de 6,7% em 12 meses e participação de 21,8% no mercado. O crédito habitacional teve crédito de R$ 393,7 bilhões, com aumento de 7,2% em 12 meses e 66,7% do mercado. As operações comerciais com pessoas físicas e jurídicas totalizaram R$ 195,5, com destaque para o crédito consignado que cresceu 10,4% e fechou o semestre com R$ 61,4 bilhões. O índice de inadimplência caiu 0,31 pontos percentuais (p.p.)e alcançou 3,20% abaixo da média de mercado, de 3,51%.
O balanço indica ainda que a contratação de crédito habitacional chegou a R$ 38,1 bilhões no primeiro semestre. Desse montante, R$ 29,9 bilhões foram recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); R$7,1 bilhões foram recursos do Caixa/SBPE; e R$ 1,1 bilhão foram contratados com outros recursos. A Caixa é responsável por 66,7% de participação no mercado.
O crédito comercial foi responsável por um saldo de R$ 195,5 bilhões e R$ 112,0 bilhões contratados até o final do semestre. As operações com pessoas físicas chegaram a R$ 103,4 bilhões, aumento de 3,8% em 12 meses. Para pessoa jurídica o total do saldo foi de R$ 92,1 bilhões, o que representa redução de 3,9%. O crédito consignado atingiu o volume de R$ 14,1 bilhões contratados e saldo de R$ 61,4 bilhões, aumento de 10,4% nos últimos 12 meses.
As operações de saneamento e infraestrutura contrataram R$ 3,3 bilhões no primeiro semestre alcançaram saldo de R$ 75,9 bilhões, com aumento de 20,0% em 12 meses.
Segundo o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, os números são significativos e estão dentro dos objetivos traçados pela diretoria, que pretende enfatizar seus focos na queda da inadimplência, motivo pelo qual criaram uma diretoria específica para tratar do assunto. “Nosso objetivo é a redução do índice na busca da melhoria da carteira de crédito. A partir de junho constituímos essa diretoria para tratar dos clientes do segmento de habitação e infraestrutura e para estar atento ao comportamento desse mercado e antecipar a gestão desse crédito”.
Occhi disse que a racionalização nas despesas com pessoal também foram indispensáveis para atingir os números do semestre. Segundo os dados, as despesas com pessoal tiveram evolução de 4,5 % e as despesas administrativas 4,2%, ambas abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses. “Com a redução das despesas de maneira sustentável, temos tido desempenho abaixo do índice da inflação. Vamos continuar em uma busca permanente de redução de despesas.”
O presidente da Caixa ressaltou que, mesmo em um momento econômico “diferente”, a diretoria tem feito esforço importante para auxiliar a sustentabilidade da economia. “Fizemos uma injeção de crédito e recursos de R$ 315 bilhões no primeiro semestre em operação de crédito, pagamento de benefício e transferência de renda. A Caixa continuará com esses investimentos e, no segundo semestre, serão destinados mais de R$ 210 bilhões em todas as linhas de crédito.”
Segundo Occhi tanto a Caixa quanto o mercado perceberam melhoria da confiança ao final de julho. Além disso, também foi notada melhoria na arrecadação do governo. “Entendemos que, com ações do governo e do Legislativo, a Caixa será demandada para apoiar investimentos. Estamos preparados para continuar exercendo o papel de política pública nesse novo momento, para a infraestrutura do Brasil. Temos tido apoio muito grande do governo federal e temos fornecido toda a nossa estrutura para que possamos compreender as necessidades deste novo momento. Nosso foco será para a infraestrutura, porque temos recursos e expertise para apoiar novos investimentos”.
Agência Brasil