A campanha de vacinação contra a gripe em Santa Catarina se inicia na próxima segunda-feira, 25. O dia “D” de mobilização será realizado no sábado, 30 de abril, em todos os municípios catarinenses. O Estado receberá 1.759.000 doses da vacina. A meta da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é imunizar 80% das 1.739.814 pessoas pertencentes aos grupos prioritários. Haverá 1,7 mil unidades de saúde com salas de vacinação aptas a imunizar a população.
A Secretaria de Estado da Saúde decidiu antecipar para o dia 25 de abril o início da campanha de vacinação contra o vírus Influenza, que estava prevista para ocorrer de 30 de abril a 20 de maio. “Este ano, temos um perfil epidemiológico diferente de outros anos, devido ao grande número de casos de gripe neste início de inverno, por isso o adiantamento da campanha”, explicou o superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Fábio Gaudenzi, em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira, 19, no 8º andar da secretaria.
O secretário de Estado da Saúde, Murillo Capella, ressaltou a gravidade da doença e a importância da vacina contra a Influenza. “A gripe é uma doença grave e é muito mais grave para grupos prioritários, que, em 2015, tiveram 87% dos casos de óbito. Por isso, seguimos o protocolo do Ministério da Saúde e estamos unindo forças com órgãos de saúde estaduais e municipais, além do apoio da Associação Catarinense de Medicina”, destacou Capella.
O infectologista Antônio Miranda, diretor do Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, também presente no evento, enfatizou a todos que a vacina não faz mal. “A vacina contra Influenza só traz benefícios à população. É importante que as pessoas, assim que sentirem os primeiros sintomas de gripe, procurem a unidade saúde mais próxima. Os casos mais graves serão transferidos para o Nereu Ramos, e lá estaremos preparados para atender precocemente esses pacientes”, explica Miranda.
Além da vacina, a etiqueta da tosse é uma eficiente forma de prevenção do vírus Influenza, de acordo o presidente da Associação Catarinense de Medicina, Rafael Klee de Vasconcellos. “Estamos aqui como parceiros dessa campanha. A comunidade médica catarinense seguirá o padrão de comunicação do ministério e da secretaria no encaminhamento dos casos graves de gripe”, informou Vasconcellos.
Também participaram da entrevista coletiva o diretor da Vigilância Epidemiológica da SES, Eduardo Macário; a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e Imunização da SES, Vanessa Vieira da Silva; a gerente de Inspeção e Monitoramento de Produtos da Vigilância Sanitária da SES, Simone Stolt; e a superintendente de Serviços Especializados e Regulação da SES, Lúcia Schultz.
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Dados do último boletim epidemiológico
De acordo com o mais recente boletim epidemiológico, divulgado na última quinta-feira, 14, neste ano foram notificados 391 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Santa Catarina. Destes, 111 (28,3%) foram confirmados para Influenza, sendo 108 (97,3%) pelo vírus Influenza A e três (2,7%) pelo vírus Influenza B. Dos casos confirmados para Influenza A, 85 são do tipo H1N1 (76,5%) e 23 (20,7%) ainda aguardam a subtipagem laboratorial (para identificar se o vírus Influenza A é do tipo H1N1 ou H3N2). Um novo boletim epidemiológico será divulgado nesta quarta-feira, 20.
Dos 26 óbitos por SRAG notificados, 15 foram confirmados por Influenza, sendo 14 pelo vírus Influenza A e um pelo vírus Influenza B. Dos óbitos confirmados por Influenza A, 11 são do tipo H1N1 e três ainda aguardavam a subtipagem laboratorial. Outros 10 óbitos por SRAG apresentaram resultado negativo para Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada
As regiões de Blumenau, Grande Florianópolis, Itajaí e Joinville concentram o maior número de casos confirmados de SRAG pelo vírus Influenza no Estado até o momento. O município de Blumenau apresentava o maior número de casos confirmados (30 casos), seguido por Joinville (13 casos), Itajaí (seis casos), Araranguá, Criciúma e Lages (cinco casos cada).
O que é Síndrome Respiratória Aguda Grave?
A Síndrome Respiratória Aguda Grave são casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, sem outra causa específica, que, na maioria dos casos levam à hospitalização. Os casos podem ser causados por vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da Influenza do tipo A e B ou por bactérias fungos e outros agentes.
Quem pode tomar a vacina gratuitamente?
Indivíduos com 60 anos ou mais, crianças na faixa etária de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores de saúde, os povos indígenas, os grupos portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais*, os adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional são considerados grupos prioritários e receberão a vacina no sistema público de saúde.
*Indivíduos que apresentem pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias; nefropatias; hepatopatias; doenças hematológicas; distúrbios metabólicos; transtornos neurológicos e do desenvolvimento (como epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, entre outros); imunossupressão associada a medicamentos, neoplasias, HIV/Aids ou outros; obesidade; e pacientes com tuberculose, de todas as formas.