O casal achado morto em Palhoça, na semana passada, foi mantido em cárcere privado, torturado e queimado vivo, segundo a Divisão de Investigação Criminal (DIC) do município. A delegada Raquel Freire informou, nesta segunda-feira (27), que a polícia chegou aos cinco suspeitos – presos no sábado (21) – através do vídeo divulgado em redes sociais e que mostra a execução dos dois jovens.
O corpo do rapaz de 18 anos, Rudimar Muller, foi encontrado carbonizado na quarta (22), dia seguinte ao crime, em um terreno baldio em Palhoça, por moradores da região. A namorada dele, Thuane Gonçalves da Cruz, de 20 anos, estava desaparecida. O corpo dela foi encontrado no sábado, em Águas Mornas, na Grande Florianópolis.
Conforme a Polícia Civil, as investigações começaram na manhã de quarta-feira. Após a descoberta do corpo de Rudimar, a DIC teve o conhecimento que houve a filmagem. “Recebemos a informação de um vídeo que estava sendo divulgado nas redes sociais em que indivíduos executavam um casal. A partir daquele vídeo, nós iniciamos a investigação de quem tinha compartilhado esse vídeo”, relatou Freire, ao G1.
Segundo a delegada, a filmagem foi divulgada pela primeira vez na madrugada de terça. “Fizemos o caminho inverso para saber onde o casal estava antes de ser encontrado morto. A investigação descobriu que o casal tinha sido visto no bairro Alto Iririú, em Palhoça. Recebemos a informação de um áudio que estava circulando em que um indivíduo se apresentava como responsável pelos atos”, disse. A partir daí, formou-se uma cadeia de informações entre policiais e mais situações foram descobertas.
De acordo com a investigação, antes do duplo homicídio, Rudimar e Thuane estavam no local voluntariamente há uma semana, até a noite de domingo (19), quando houve um desentendimento entre eles e o dono da residência. Depois disso, as vítimas foram mantidas na casa contra a vontade.
“Houve uma desconfiança de que o casal havia repassado informações para a polícia e que a Thuane teria envolvimento com uma facção rival”, disse a delegada.
Através de denúncias anônimas, a investigação descobriu quem tinha postado o vídeo das execuções pela primeira vez. Através desse suspeito, a polícia chegou aos demais.
Prisões
“No sábado de manhã, já tinha toda a ação programada. Levei o IGP [Instituto Geral de Perícias] na casa onde eles estavam antes da execução. Tínhamos a informação de que na terça de manhã houve lavação de roupa, muita queimação de coisas na casa”, contou a delegada.
Nessa residência, a polícia encontrou um moletom de Thuane, que ela usa em uma foto divulgada em uma rede social. O dono da casa foi preso. No imóvel, também foi encontrada grande quantidade de droga, recibos e documentos que ligavam o suspeito a uma organização criminosa.
Todos os cinco suspeitos foram presos nas próprias casas. Todos são adultos e tinham antecedentes criminais por tráfico de drogas. Além do dono da residência onde foi encontrada a roupa de Thuane, no imóvel de outro suspeito também foram achados entorpecentes.
Os cinco devem responder por duplo homicídio, vilipêndio de cadáver e formação de organização criminosa. Entre eles está o homem que a polícia acreditar ser o mentor dos crimes. Depois que ele foi preso, indicou o local onde estava o corpo de Thuane, que havia sido mutilado e enterrado.
Agora, a investigação trabalha para individualizar a participação de cada suspeito. O homem que seria o líder confessou os crimes.