O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins, cobrou ontem (27) do vice-presidente da República, Michel Temer, diálogo com o setor empresarial e resultados rápidos caso ele assuma o governo com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Martins e representantes de outras sete confederações da classe empresarial estiveram com Temer para tratar de propostas para impulsionar a economia.
“Não é possível nenhum governo funcionar bem, se desenvolver sem ouvir a classe empresarial. Fomos bem claros com ele [Temer]. Queremos resultado. Caso ele venha assumir o governo, dentro de 60 dias ele tem de mostrar que realmente vai haver uma mudança muito grande”, afirmou Martins.
Fontes ligadas a Temer também calculam que o Senado confirmando o afastamento de Dilma em meados de maio, o novo governo teria de dar uma resposta à sociedade antes do recesso parlamentar, que começa em 17 de julho.
Isso porque, logo após o recesso, começam as Olimpíadas do Rio de Janeiro e, em seguida, as eleições municipais.
Redução da máquina
Para o presidente da CNA, o eventual futuro governo Temer tem de “reduzir a máquina”, adotar medidas de austeridade fiscal e ser “compartilhado”.
“É preciso ouvir a base, ouvir a classe empresarial e não ficar apenas ouvindo políticos. Quem movimenta a economia somos nós, a classe empresarial”, acrescentou.
Sobre prováveis nomes para comandar o Ministério da Agricultura na gestão Temer, João Martins disse que há a necessidade de o ministro ser “aderente” ao setor.
“Não adianta ele colocar um ministro que não conheça o setor agropecuário. Queremos um ministro que conheça a realidade do campo, nosso sistema e possa dialogar com gente de igual para igual”, destacou Martins.
Segundo ele, a atual ministra da Agricultura e ex-presidente da CNA, Kátia Abreu, não tem mais condições de seguir na pasta.
Agência Brasil