Com investimento de R$ 3,9 bilhões, o Contorno Viário da Grande Florianópolis foi inaugurado nesta sexta-feira (8), com a presença do presidente Lula (PT). O governador Jorginho Mello (PL) não compareceu. Administrado pela empresa concessionária Arteris, a obra rodoviária desvia todo o tráfego de longa distância da região metropolitana da capital de Santa Catarina. A mudança, a partir de agora, proporciona uma alternativa ao trânsito intenso da BR-101.
O Contorno Viário da Grande Florianópolis foi projetado para melhorar a mobilidade, com 50 quilômetros de pistas duplas, seis acessos por trevos, sete pontes e quatro túneis duplos. O contorno terá velocidade operacional de 100 quilômetros por hora e foi construída sem aclives ou declives acentuados, sendo mais plana e tendo somente curvas suaves, evitando a necessidade de reduções de velocidade e garantindo a característica de corredor expresso.
Cerca de 18 mil caminhoneiros deverão passar pela rodovia por dia e deixarão de circular na BR-101, entre os municípios Biguaçu e Palhoça, da região metropolitana, reduzindo o tempo de percurso – que hoje é de cerca de duas horas nos horários de pico – para 40 minutos. Mais de 1,1 milhão de pessoas que residem ou trabalham no seu entorno também serão impactadas pela obra.
Impactos
De acordo com o governo, também houve a preocupação com os impactos ambientais do empreendimento. Durante a construção, foram implementados 13 programas ambientais para a proteção dos ecossistemas da região. Entre as ações, por exemplo, estão salvamento de fauna, preservação da cultura indígena, resgate de flora e plantio compensatório.
Mais de 14 mil mudas foram plantadas para garantir a conservação da biodiversidade local, com diferentes espécies nativas. Também foram removidos cerca 56 mil exemplares de espécies exóticas, contribuindo para a regeneração da restinga.
Durante as obras, foram identificados mais de uma dezena de sítios arqueológicos e 7.990 artefatos foram resgatados e preservados em instituições de guarda. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou o trabalho arqueológico.
Na região metropolitana há, ainda, dez comunidades indígenas Guarani, próximas às obras do contorno. Com efeito, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento considerou a situação social e histórica das comunidades, elaborando medidas de redução de impacto que, segundo o governo, foram realizadas de forma participativa.