Nesta segunda-feira, 31, horário local, a delegação de Santa Catarina participou da cerimônia de encerramento do Seminário sobre a Capacidade de Governança para Chefes Estaduais do Brasil na cidade de Nanchang, Província de Jiangxi. A cerimônia conclui o ciclo de palestra e visitas técnicas na China. A partir desta terça-feira, a equipe da Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais (SAI) iniciará a missão oficial à Província de Fujian.
“Foram dias de muito aprendizado sobre o funcionamento do governo chinês. Além de estabelecer a amizade entre Santa Catarina e Jiangxi, este seminário nos proveu de informações que nos ajudarão a entender melhor os interlocutores da China que desejam fazer negócios em Santa Catarina”, prevê Marcelos Trevisani, consultor-geral da SAI, que representou o governador Colombo no seminário.
Para o reitor da Faculdade de Estudos Estrangeiros de Jiangxi, Huang Mingzhou, o seminário obteve sucesso em promover o entendimento sobre a China e a interação entre Brasil e Jiangxi. “Podemos dizer que durante esse dez dias de estudos e visitas técnicas atingimos o objetivo ao qual pretendíamos chegar”, comemorou. “Ao mesmo tempo, iniciamos uma amizade profunda com os participantes brasileiros, construindo uma ponte entre a China e o Brasil”, concluiu o reitor.
O seminário foi organizado pela Faculdade de Estudos Estrangeiros de Jiangxi, com apoio do Ministério de Comércio da China e a Secretaria de Comércio da Província. “O sucesso desse seminário mostra que o governo chinês e o Brasil fortalecem a amizade e promovem o desenvolvimento comum”, disse o vice-diretor do Departamento de Negócios Estrangeiros da Secretaria de Comércio de Jiangxi. Localizada na região centro-sul da China, a Província de Jiangxi tem a 19ª PIB da China — 277 bilhões de dólares, e 45 milhões de habitantes. Nos últimos anos, apresentou um crescimento superior da média nacional da China. A capital, Nanchang, com aproximadamente cinco milhões de habitantes, retrata o crescimento acelerado da província. Nanchang é conhecida como Cidade dos Heróis, onde, em 1° de agosto de 1927, uma revolta contra o Partido Nacionalidade deu origem ao Exército Popular de Libertação.
Modelo de governança chinesa
No sábado, os catarinenses conheceram as ações realizadas nas últimas décadas que tornaram a China na segunda maior economia global. O pesquisador Miao Ji pontua a principal característica da lógica do governo chinês: economia em primeiro lugar. “O governo chinês se esforça para o desenvolvimento economia, que é a base para desenvolver todo o resto”, explicou Ji.
Segundo ele, o governo da China tem trabalhado para manter a moeda local estável, combater a especulação, estabelecer a economia privada e o capitalismo de estado, e atrair investimentos estrangeiros ao mesmo tempo em que se coloca como um investidor em outros países. “Até 2013, a China recebeu muitos investimento estrangeiros. A partir daí, a China passou a fazer muitos investimento no exterior, como na América Latina”, disse. Outro exemplo é o projeto de infraestrutura Uma Rota, Uma Faixa, pelo qual a China fortalecerá a infraestrutura logística que a liga ao restante da Ásia, Europa e África.
Mas também há desafios a serem enfrentados. “A China está trabalhando com esforço para melhorar”, garante Ji. Entre as ações estão o combate à corrupção — bandeira do atual presidente chinês, Xi Jinping -, a desacelaração econômica, a dependência do comércio exterior, o envelhecimento da população, a diferença de renda e a competição tecnologia.
Na última palestra, o pesquisador Gan Jiahui listou as reformas administrativa da China desde de 1982, a partir de quando iniciou-se o processo de enxugamento da estrutura do governo e modernização da administração e dos serviços púbicos no país. “A transformação do governo é muito importante para o desenvolvimento da China”, concluiu Jiahui.