Até o dia 20 de dezembro, dos 117 crimes violentos que ocorreram em Florianópolis, 88 deles tiveram a autoria identificada. Um índice de 75,21% de casos resolvidos pela Delegacia de Homicídios (DH). Oito deles estão em investigação.
Na estatística da DH, a maioria das vítimas é oriunda de outros Estados (56). Outros 36 eram nascidos em Florianópolis, 20 em outros municípios de Santa Catarina e cinco sem local de nascimento conhecido.
Quanto à faixa etária, 61 das vítimas tinham mais de 25 anos. Outras 20 com idade entre 21 e 25; 21, entre 18 e 20. Dez das vítimas eram adolescentes: três menores de 15 anos e sete de 16 e 17 anos. Os cinco restantes não tiveram a idade confirmada pela investigação.
Repercussão nacional
O caso de maior repercussão em 2018 ficou conhecido como a “Chacina de Canasvieiras” e vitimou cinco pessoas – quatro da mesma família – no dia 5 de julho num apart-hotel do bairro de Canasvieiras. Paulo Gaspar Lemos, 77 anos, os filhos Paulo Gaspar Lemos Junior, 51, Kátia Gaspar Lemos, 50, e Leandro Gaspar Lemos, 44, e Ricardo Lora, 39, foram mortos por asfixia. Uma sexta pessoa, camareira do apart-hotel, conseguiu fugir do local após ser amarrada.
A investigação apurou que uma dívida de R$ 47 mil e ameaças por parte de uma das vítimas foram a motivação das mortes.
O crime
O delegado Ênio Matos contou que a DH sabia desde o início que eram três autores e gradativamente, com informações de terceiros, investigação e trabalho do IGP (Instituto Geral de Perícias), foram identificados. Todos residentes do Norte da Ilha. Os três homens chegaram a pé ao local, amarraram as vítimas e passaram a torturar física e psicologicamente a família. Ao final, mataram por asfixia e estrangulamento.
O mentor da ação tinha uma dívida de R$ 47 mil por serviços laborais realizados no hotel da família e, de acordo com o delegado, teria recebido ameaças ao cobrar esse valor. “Agiu por medo de represália do filho do proprietário (Leandro) e também para tentar receber a dívida”, relatou Matos.