Ação conjunta entre Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Civil de Santa Catarina e a Receita Federal resultou na prisão de dois empresários de Palhoça e na apreensão de uma carga de maconha avaliada em R$ 10 milhões. Os nomes deles não foram fornecidos pela força tarefa que fez a operação. Ambos estavam em uma caminhonete Mitsubishi L200, com placas de São José, fazendo o trabalho de “batedor” para a carreta Volvo que transportava a droga. O veiculo de carga está em nome de um dos empresários – que são irmãos, de 48 e 50 anos. O motorista do bitrem, de 31 anos, também foi preso.
Conforme a PRF, ao todo a carreta carregava 5.104 quilos de maconha e 4 quilos de skank (uma variedade de maconha mais concentrada), embaixo de uma carga de milho. Este é o saldo da maior apreensão desse tipo de entorpecente da história de Santa Catarina. Os detalhes foram divulgados em uma entrevista coletiva na manhã deste sábado, na sede da DEIC, em Florianópolis.
A operação ocorreu na tarde de quinta-feira (6). Após uma intensa troca de informações de inteligência e trabalho conjunto, a carreta bitrem foi abordada na BR-116, em Ponte Alta, região do Planalto Serrano catarinense. A maconha estava dividida em fardos de 30 a 40 quilos cada um.
Após interrogar o motorista da Volvo, os policiais identificaram o veículo “batedor” – que era a L200. Pouco adiante, na área urbana do município de Correia Pinto, foi abordada a caminhonete. Nela, estavam dois irmãos, que são os empresários de Palhoça, apontados pela investigação como os chefes do esquema.
Segundo a nota fiscal, a carreta bitrem tinha como destino para o milho a cidade de Chapecó, no Oeste de SC. No entanto, as investigações apontam que a maconha era proveniente do Paraguai entrando no Brasil via Ponta Porã (Mato Grosso do Sul) e provavelmente seria distribuída em grandes centros consumidores, como a região da Grande Florianópolis.
Ofensiva contra o tráfico
Esta foi a terceira grande apreensão conjunta de maconha registrada este ano. As outras duas foram nos meses de maio, com 5 toneladas, e junho, com 4,7 toneladas, totalizando quase 15 toneladas em apenas três meses. Nas três ocorrências, o modo de operação da quadrilha era o mesmo: a droga estava escondida sempre debaixo de cargas de milho a granel. A quadrilha era a mesma, e com a prisão, na quinta-feira, dos donos da carga, “encerra-se o ciclo de crimes desta quadrilha”, afirma a PRF.
DEIC apreende 800 kg de maconha em Florianópolis
De acordo com as investigações, após as duas primeiras apreensões, uma pessoa foi morta pela quadrilha no Paraguai no final de junho, acusada de ser a delatora do esquema. Por isso, além de tráfico de drogas e associação para o tráfico, os envolvidos vão responder também por homicídio.
A Polícia Civil, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal ressaltam a importância da integração e cooperação entre as forças policiais e fiscais no combate ao tráfico de drogas. “Sem vaidades, cada órgão atuou com o que tem de melhor, resultando neste grande prejuízo financeiro ao crime organizado e na responsabilização criminal dos autores”, pontuam os envolvidos.