Um dia depois de bater recorde, a moeda norte-americana fechou com forte queda. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (22) vendido a R$ 4,111, com queda de R$ 0,055 (1,32%). Apesar da queda de hoje, a cotação fechou em alta pela quarta semana consecutiva.
Ontem (21), o dólar tinha fechado em R$ 4,166, na maior cotação desde a criação do real, em 1994. Hoje, a moeda operou todo o dia em queda. A divisa acumula alta de 1,6% na semana e de 4,12% em 2016.
A alta do dólar ontem ocorreu após a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa Selic – juros básicos da economia – em 14,25% ao ano. Juros mais baixos deixam de atrair capitais financeiros para o país, pressionando para cima a cotação do dólar.
O dia também foi de recuperação na bolsa de valores. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, subiu 0,81% nesta sexta-feira, encerrando em 38.021 pontos. As ações da Petrobras, que ontem tiveram forte alta, recuaram levemente hoje.
Os papéis preferenciais, que dão preferência à distribuição de dividendos, fecharam em R$ 4,42, com alta de 1,78%. As ações ordinárias, que dão direito a voto na assembleia de acionistas, encerraram em R$ 6,24, com queda de 0,79%.
Diferentemente dos últimos dias, o mercado financeiro hoje foi beneficiado pelos fatores externos. Os preços do petróleo do tipo Brent tiveram forte alta e voltaram a fechar acima de US$ 30 por causa das ondas de frio nos Estados Unidos e na Europa, que deverão elevar o consumo de combustíveis no hemisfério norte.
Também contribuiu para melhoria dos mercados internacionais a declaração do presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi, de que a instituição revisará a política em março. A declaração foi interpretada como indicação de que o órgão pode conceder novas injeções monetárias, depois de ter mantido os juros da zona do euro no menor nível da história.
Nas últimas semanas, o mercado global foi afetado pela desaceleração da economia chinesa, apesar de o governo do país ter anunciado a injeção de 600 bilhões de yuans na segunda maior economia do planeta. No ano passado, o país asiático cresceu 6,9%, a menor expansão dos últimos 25 anos.
A instabilidade na economia chinesa afeta países exportadores de commodities – matérias-primas com cotação internacional – como o Brasil. A redução da demanda por produtos como ferro e soja barateia as exportações brasileiras. Com menos dólares do comércio internacional entrando no país, a cotação sobe.