O ex-chefe da Casa Civil Douglas Borba (PSL) negou, em depoimento na CPI dos Respiradores durante a madrugada desta quarta-feira (3) na Assembleia Legislativa, que soubesse do pagamento antecipado de R$ 33 milhões à empresa Veigamed para fornecimento de 200 aparelhos. “Eu e o governador Carlos Moisés soubemos disso em uma reunião no dia 22 de abril, convocada pelo secretário de Saúde“, falou aos deputados. “Fomos surpreendidos não só com esse pagamento adiantado, mas com pelo menos outros seis citados pela gerente financeira nos autos da investigação“, completou.
O ex-secretário de Saúde Helton Zeferino e a ex-superintendente de Gestão Administrativa Márcia Regina Pauli dizem que fora Borba quem apresentara a Veigamed como fornecedora dos equipamentos. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirma, no inquérito que apura as irregularidades nessa aquisição, que “Douglas Borba é figura fundamental no grupo criminoso”.
Leia também:
Servidora detalha na CPI como Douglas fez pressão na compra de respiradores
Tribunal de Contas manda afastar Douglas do conselho fiscal da Celesc
A ex-superintendente Márcia também depôs à CPI ontem e detalhou como Douglas agiu nesse processo da Veigamed e noutras compras milionárias da Secretaria de Saúde inerentes ao combate à pandemia do novo coronavírus. “Ele sempre falava em nome do governador, nesse processo dos respiradores e em outros. Ele nos dizia ‘falei com o governador e ele está muito preocupado‘. Douglas ligou certa noite e disse que a superintendência precisava parar com esse excesso de preciosismo, pois vidas estão nas mãos de vocês”.
Douglas negou que tenha feito “pressão” na Secretaria de Saúde nessas compras com pagamentos adiantados. “Em nenhum momento“, afirmou. “Não existe nenhuma mensagem minha dizendo, “faz, pode fazer, contrata, paga”, isso não existe e nunca vai existir“, afirmou Borba, em resposta a uma pergunta sobre seu envolvimento com o caso.
Notícias no WhatsApp? Clique aqui: https://chat.whatsapp.com/LcIjuTus86K53EQX4uT80w
Segundo o MPSC, fora Douglas quem indicara o empresário Fábio Guasti como representante da Veigamed no processo de compra e depois quem também colocou Leandro Barros (que advoga para uma das empresas de Guasti) para falar em nome da fornecedora junto à Secretaria de Saúde.
A CPI
A comissão da Alesc quer identificar quem “apertou o botão” para pagar os R$ 33 milhões adiantados e a mando de quem isso ocorreu. Já foram ouvidos os dois ex-secretários, a ex-superintendente, e outros servidores da Secretaria de Saúde envolvidos nessa suspeita aquisição do Governo do Estado. Uma acareação entre Douglas Borba e Helton Zeferino poderá ocorrer nas próximas reuniões da CPI dos Respiradores para eliminar dúvidas que estão pairando sobre ambos.