A Polícia Civil de Itaiópolis, no Planalto Norte, esclareceu esta semana casos do golpe “boa noite, Cinderela” que vinham acontecendo na cidade desde fevereiro. Duas mulheres – uma de 51 e a outra de 65 – foram identificadas e presas. Este tipo de roubo consiste em enganar a vítima fazendo-a ingerir alguma bebida em que foi previamente adicionada uma droga sedativa. A substância causa, inicialmente, tontura e desorientação e, em poucos minutos, inconsciência.
Após serem interrogadas, as golpistas acabaram conduzidas ao Presídio Regional de Mafra, onde permanecerão por prazo indeterminado até nova decisão judicial.
Segundo delegado de polícia Cassiano Tiburski, responsável pelo inquérito, foram registrados pelo menos oito casos do crime neste período. Todas as vítimas eram homens idosos que haviam efetuado saques em agências bancárias da cidade. Elas convidavam os indivíduos para conversar e beber. Nisso, uma delas colocava o sedativo no copo sem que eles percebessem.
Após dopar e levar as vítimas para locais pouco movimentados, como o interior da igreja matriz ou bares vazios, a autora fugia levando o dinheiro. Em muitos casos, após o roubo, a criminosa abandonava as vítimas em lugares desertos, onde ficavam inconscientes por horas.
As investigações iniciaram logo após os primeiros registros. No entanto, houve grande dificuldade para se chegar a uma pessoa suspeita, vez que as vítimas não se recordavam plenamente do que havia acontecido por causa do efeito da droga.
Na tentativa de se obter provas da autoria, a Polícia Civil realizou diversas diligências, inclusive com análise de dezenas de câmeras e várias horas de imagens de vídeo monitoramento de estabelecimentos comerciais. Em uma delas, foi possível verificar parte da ação da suspeita, uma mulher. No mesmo vídeo, os policiais conseguiram extrair as características da criminosa, uma mulher de 45 a 55 anos de idade, cabelo curto, baixa, pouco obesa.
Na continuação das investigações e com auxílio da população, chegou-se ao nome da suspeita conferido por meio de perfil de rede social. Deste perfil, foram coletadas fotos que foram apresentadas para as vítimas e estas confirmaram com certeza se tratar da autora.
Por fim, e para afastar qualquer dúvida, a polícia identificou uma vítima, que não havia registrado a ocorrência, e esta disse que conhecia a autora pelo apelido o que foi confirmado nos registros policiais. Os investigadores ainda identificaram uma possível participante de um dos crimes.
O delegado Tiburski acredita que existam outras vítimas que ainda não registraram as ocorrências, considerando a informação de que a autora se dirigia próximo às agências bancárias quase todos os dias.