Lideranças políticas e empresariais de Biguaçu se reuniram, nesta quinta-feira á noite, no auditório da Biblioteca Municipal, para tratar sobre segurança pública no município. O consenso é de que o Governo do Estado está omisso nessa área e precisa investir mais na infraestrutura e contratação de efetivos para as polícias Civil e Militar.
O debate foi motivado pelo arrombamento de uma loja recém inaugurada na cidade. A empresa fez instalações de segurança privada, com câmaras de vigilância, sensores de movimento e cofre reforçado, mas nem isso impediu que os criminosos fizessem um ‘limpa’ no estabelecimento na última noite de 2015.
A presidente da Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu (Acibig), Sandra Molinaro, comentou que, diante da inércia do governo em resolver a questão, o empresariado precisa começar a analisar alternativas em segurança privada.
“A desculpa do governo é sempre a mesma, que não tem dinheiro para aumentar efetivo. Nós da classe empresarial sabemos o quanto pagamos em impostos, mas não enxergamos o retorno disso. E os lojistas e comerciantes precisam de tranquilidade para trabalhar, saber que na manhã do dia seguinte vão chegar aos seus estabelecimentos e que não foram assaltados”, disse, ao Biguá News.
Uma alternativa proposta no encontro por representantes da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) é copiar um modelo que deu certo em Cocal do Sul (203 km ao Sul de Florianópolis). No município de 15 mil habitantes, o empresariado local se uniu e instalou 200 câmeras de vigilância, que ficam sob a operação da polícia. A quantidade de crimes diminuiu consideravelmente. Em Biguaçu – que tem cerca de 70 mil habitantes – são dez câmeras.
O presidente da Câmara Municipal, Vilson Norberto Alves (PP), considera que é preciso unir as forças para fazer com que o índice de criminalidade diminua.
“Essa união pode dar resultado junto ao Governo do Estado, para convencê-lo de que precisamos de mais recursos na segurança pública. Mas precisa ter toda a sociedade empenhada nisso, senão, fica mais difícil de conseguir”, comentou.
No dia 15 de fevereiro, haverá uma audiência pública no plenário do Poder Legislativo de Biguaçu para debater o tema de forma mais ampla. Convites para o comandante da Polícia Militar, delegado regional de Polícia Civil, secretário de Segurança Pública e deputados estaduais foram encaminhados.