Muitas pessoas se importam e vestiram a camisa, literalmente, para a inauguração da Coleta Seletiva Solidária (CSS) da UFSC, nesta terça-feira, 6 de junho, no auditório “Teixeirão” do Centro Tecnológico (CTC).
E você? Convencer a comunidade universitária e externa será, a partir deste marco, um desafio diário para todos que se preocupam com as questões ambientais. Com essa ação inédita na UFSC, a instituição assume um compromisso ambiental, educacional e ético, com forte viés social, uma vez que integra ao processo as cooperativas e associações de catadores.
A iniciativa prevê que todo resíduo segregado pela comunidade universitária seja depositado nos coletores seletivos, para serem selecionados e supervisionados. Na sequência, associações e cooperativas de catadores farão a destinação correta do material. Em média, a UFSC produz 60 toneladas de recicláveis por mês, que eram despejados nos aterros sanitários.
A princípio serão distribuídos 20 coletores, com divisão para Recicláveis e Rejeitos, no campus de Florianópolis, no bairro Trindade, e no Centro de Ciências Agrárias (CCA), no Itacorubi. Nesta primeira fase de implantação da CSS, será feita a reciclagem de papel, plástico, vidro e metal. Atualmente a equipe de Gestão de Resíduos trabalha para a implementação da coleta de orgânicos.
O evento foi prestigiado pelo reitor, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, o secretário de Obras, Manutenção e Meio Ambiente, Paulo Roberto Pinto da Luz, a presidente da comissão para CSS e engenheira sanitarista e ambiental, Sara Meireles, a prefeita da UFSC, Soeli Soares de Moraes, e os representantes catarinenses do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Dorival dos Santos e Marisa Pereira.
Sara destacou a importância da construção coletiva da CSS e, em homenagem a todos que contribuíram, pediu para que se levantassem os membros da comissão, estagiários da Gestão de Residuos, do Neamb (Núcleo de Educação Ambiental), Coordenadoria de Gestão Ambiental, servidores e terceirizados da Prefeitura Universitária, Agecom, TV UFSC, CTC, professor Armando (Armando Borges de Castilhos) e integrantes do Laboratório Lareso, as fundações Feesc, Fapeu, Funjab, Certi, Fepese, alunos agentes ambientais, Instituto Saracura de Permacultura, apoiadores e parceiros como Provac, Instituto Lixo Zero e Comcap.
“Soubemos aproveitar o que a UFSC tem de melhor, no ensino, pesquisa e extensão, (…) e chegar ao modelo adequado de Coleta Seletiva, porque a gente trabalhou em parceria com alunos, professores e técnicos-administrativos e, com certeza, houve também apoio e confiança da Administração Central”, declara a engenheira. O trabalho da UFSC considerou o tripé da sustentabilidade: economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto.
A implantação da CSS atende ao Decreto Federal 5940/2006. E não cumpre somente uma exigência legal. Sara aponta que a UFSC está ciente da legislação e de como é importante para a evolução do sistema de saneamento do país. Como parte das ações institucionais, a elaboração dos planos de Logística Sustentável e o de Gerenciamento de Resíduos (este será lançado no segundo semestre). Para a implantação da Coleta Solidária, percebeu-se que necessitava de planejamento extra, já que envolvia uma quantidade muito grande de resíduos e a ação de vários atores.
Dorival dos Santos, presidente da Federação das Associações e Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis de Santa Catarina (FECCAT-SC) e representante do movimento nacional, ressalta a importância da parceria com a Universidade e como esta ação reflete no município, no estado, no Brasil e no mundo. “Estamos aqui para somar e servirá de modelo para o país”.
Marisa Pereira, também representante do MNCR, agradece a UFSC por ter inserido os catadores na CSS, “pois para nós é uma conquista. O que iremos fazer é o que a gente entende. Se todos os grandes geradores fizessem o que a UFSC está fazendo já seria muito”.
Cancellier disse que, no primeiro ano, a gestão esteve muito presente na questão ambiental, e elegeu como um dos eixos uma UFSC Saudável. Saudou de forma especial a Dorival e Marisa, pois “uma das funções da universidade é exatamente esta, possibilitar este relacionamento com o externo. Às vezes somos acusados de discutir somente os nossos assuntos e esquecemos que ao redor da Universidade existe um povo, uma economia, existe gente e este tipo de atividade que se realiza hoje, que permite essa integração da nossa instituição com o mundo real, (…) que é geradora de renda, de riqueza, contribui para melhorar a vida das pessoas”. E pediu para que cada um seja reprodutor desse conceito e que a ação de reciclar se torne uma prática comum.
O descerramento da placa da CSS e a exposição do coletor seletivo fizeram parte dos momentos finais. A placa será afixada no contêiner instalado no CTC que, devido ao mau tempo, será grafitado na próxima sexta-feira, 9 de junho.
Mais informações na página da CSS.