Paraná Portal – O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso na manhã desta sexta-feira (25), por volta de 7h, em sua casa, em Curitiba. Ele é alvo de prisão preventiva, decretada pelo juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba. Também foi preso Dirceu Pupo, ex-contador de Fernanda Richa, esposa do ex-governador. A prisão é um desdobramento da Operação Integração, uma das fases da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na concessão de rodovias do Anel de Integração, no interior do Paraná.
Os pedidos de prisão foram feitos pelo Ministério Público Federal (MPF) com base, entre outros elementos, no depoimento de Nelson Leal Júnior, ex-diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Paraná (DER/PR). Ele teria detalhado a participação do ex-governador e de sua cúpula política no comando das negociações e arrecadação de vantagens indevidas junto às empresas concessionárias de pedágio.
Segundo a decisão, o filho de Beto Richa, André Richa, teria sido beneficiado com, pelo menos, R$ 2,5 milhões, em dinheiro vivo, que foram usados para aquisição de, pelo menos três imóveis. Estes foram registrados em nome da empresa Ocaporã Administradora de Bens LTDA, que formalmente pertence a Fernanda Richa e seus filhos, Marcelo e André. A administração era conduzida por Dirceu Pupo.
Beto Richa é investigado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Os celulares dos dois investigados também foram aprendidos.
Mais informações em breve.
Operação Integração
A segunda etapa da Operação Integração foi deflagrada em setembro para apurar irregularidades na concessão de rodovias federais do Anel de Integração, no interior do Paraná. O esquema teria movimentado R$ 35 milhões em propinas, entre 1999 e 2015, sem a atualização monetária.
Segundo a decisão de hoje, foram reunidas provas suficientes de arrecadação de caixa 2 junto às concessionárias, de atos de ofícios que favoreceram as concessionárias e o enriquecimento pessoal de diversos investigados, que adquiriram bens de consumo com dinheiro em espécie e receberam depósitos.
Também foram alvos o empresário Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, e o ex-secretário de Infraestrutura do Paraná e irmão de Richa, Pepe Richa.
Prisões recentes
Na segunda etapa da Operação Integração, Richa foi alvo de mandados de busca e apreensão. Porém, no mesmo dia, 11 de setembro, foi detido em outra ação: a Operação Rádio Patrulha, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR).
A Rádio Patrulha investiga irregularidades em contratos para manutenção de estradas rurais, no âmbito do programa Patrulha do Campo. A esposa de Richa, Fernanda Richa, e outros 13 investigados também foram detidos.
Por determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele foram soltos alguns dias depois, no dia 14 de setembro. Entre os argumentos expressos na decisão, Gilmar Mendes afirmou que havia “indicativos de que tal prisão tem fundo político, com reflexos sobre o próprio sistema democrático e a regularidade das eleições que se avizinham”. Na época, Richa era candidato a uma vaga no Senado.