Depoimento nesta quinta-feira (24) da servidora Lilian Aparecida Rech Peres, da área de Recursos Humanos da Prefeitura de Biguaçu, à CPI instalada na Câmara para investigar a vereadora Salete Cardoso (PL), revela que o ex-secretário de Esportes Ronnie Marks Maciel não informou ao setor nenhuma das 223 faltas da servidora Salete ao seu posto de trabalho na Secetul. Conforme Lilian, é o “chefe de cada pasta que deve verificar o ponto de seus subordinados“.
Ronnie foi indicado ao cargo de secretário pela vereadora Salete. Ela é concursada na Prefeitura de Biguaçu para um cargo na Assistência Social, mas pediu para ser transferida para a Secetul. Dessa forma, Cardoso era subordinada ao secretário que ela mesmo emplacou na gestão de Ramon Wollinger (PSD). Hoje, Ronnie é chefe de gabinete da vereadora na Câmara Municipal.
Conforme Lilian, desde 2017 – quando ela assumiu o RH, nenhuma vez o chefe da Secetul informou alguma falta da servidora Salete e nem apresentou alguma justificativa apresentada por Cardoso. Assim, o setor de RH não tinha como saber se Salete batia ou não o seu ponto na Secetul e o salário era pago integralmente. “Se o chefe imediato não nos informa, no RH nós não ficamos sabendo“, explicou Lilian.
As centenas de faltas de Salete ao seu local de trabalho na Secetul começaram a ser desvendadas no final do ano passado, quando uma denúncia levou a Polícia Civil a deflagrar a “Operação Co-Incidência“. No dia 9 de dezembro de 2020, investigadores cumpriram mandados judiciais no gabinete de Salete na Câmara e também no setor de RH da Prefeitura, de onde foram levados a pasta funcional de Cardoso e a folha ponto dela impressa.
Em 2021, um processo administrativo foi aberto na Prefeitura e constatou que ela teve 223 faltas injustificadas ao seu posto de trabalho, nos anos de 2019 e 2020. E no Poder Legislativo, uma CPI foi aberta para analisar as denúncias.
Salete poderá ser demitida do serviço público municipal caso sua versão de defesa não seja acatada no âmbito do Poder Executivo municipal e também poderá ter o mandato cassado no Poder Legislativo, caso os vereadores entendam que ela quebrou o decoro parlamentar.
Na Delegacia de Biguaçu, o inquérito que investiga o caso está sob sigilo.